10 maio 2013

Madri!!!



Chegamos às 20hs e era dia ainda, parecia que o sol queria colaborar comigo, me esperar chegar para me mostrar logo todas as versões desta cidade linda. E se durante o dia Madri já me surpreendeu com sua estrutura moderna em total harmonia com suas praças e palácios seculares, na noite eu tive vontade de ficar para sempre.
Estamos hospedadas em um hotel na Gran Via, no centro da cidade, que é tão ou mais bem cuidado quanto a Sofia, a rainha da Espanha. Não tive como não lembrar do descaso com o nosso centro da cidade de Salvador, era para tudo acontecer lá! Mas não vou entrar nisso agora porque estou aqui para contar maravilhas e não para lamentar.
Saímos andando para me fazer lembrar do quanto eu amo sair andando à noite pelas ruas de uma cidade. Se o programa for só esse, comprar um saco de pipocas e sentar em um banco para uma boa conversa para mim está bom. Imagina então em Madri pela primeira vez, à uma temperatura de dezoito graus, com tanta gente bonita e vibrante passando, tantos prédios lindos, monumentos, fontes e cheiro de arte e história por todos os lados. Não sabia para onde olhar, muito menos escolher um restaurante diante de tantos que fervilhavam. Eu parecia uma marinheira no dia que chega depois de uma longa temporada no mar.
Nos recomendaram um restaurante mas disseram para primeiro passarmos no Mercado de San Miguel. Mercado? De noite? Pra quê? Tsc, tsc, a cada dia vejo que não sei quase nada e vi muito pouco nesta vida. Quem disse que nós queríamos sair de lá? Trata-se de um mercado gourmet onde tudo que se vende pode ser experimentado na hora. É sofisticado, descontraído, super bem frequentado e tudo que se come e bebe lá é uma delícia. São vários balcões servindo as melhores tapas, que são pequenas porções de comida variada com frutos do mar, os presuntos ibéricos, os vinhos espanhóis e petiscos galegos.
Para "tapear" como fazem aqui é preciso ficar de pé, a cadeira é algo secundário diante de tantas possibilidades. Podemos pegar tapas e vinhos em bancas diversas e procurar um espaço em um balcão para apoiar o prato e conversar. Paga-se tudo na hora, como nos bares americanos. Para se ter uma idéia do quanto estava bom, a minha mãe não reclamou nem uma vez de ficar em pé beliscando aquelas comidinhas com um vinho branco mesmo após as vinte horas de viagem.
E depois continuamos a andar. Passamos pelo restaurante e ouvimos uma palhinha dos trovadores, andamos mais um pouquinho e logo chegamos na Plaza de España, onde estavam ensaiando um show. Parecia que estavam em festa e era uma quinta feira qualquer. Recebi as instruções, desci uma escada e estava provando os tradicionais churros quentinhos mergulhados em calda de chocolate.
Voltei com a mamãe para o hotel e ela ainda estava tão disposta que me pediu para espera-la tocar um pouco de piano. - E tem piano no hotel? Não sei como ela já sabia disso, deve ter sido pelo cheiro. E em um minuto ela estava a tocar em um piano de cauda: "Fascinação", "Apanhei-te cavaquinho", "Moon river" e "Caminito", um mix internacional que não é para quem quer, e sim para quem pode. O público de duas mesas restantes no bar aplaudiu imediatamente ao tempo em que dizia "-Bravo!!!" Dizer que eu fiquei orgulhosa é muito pouco e redundante para quem tem uma mãe como a minha.
E assim fechamos a nossa primeira noite nesta viagem que já é inesquecível. E antes de dormir olhei às estrelas e pedi - Madrid querida, puedo volver a menudo? Mal cheguei e não vejo a hora de voltar aqui.





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