30 outubro 2010

Anseios

Sempre achei que o mundo poderia acabar na segunda feira seguinte. Eu conseguia até ouvir uma voz dizendo: "- Aproveite..." Achava que poderia ser a morte me dando um aviso prévio. Então era o jeito ir em todas as festas possíveis no final de semana. 

Sempre fui ansiosa, a minha mãe diz que eu não paro quieta e é mesmo. Sempre tenho que inventar um projeto novo, um desafio. Em todos os aspectos, isso me fez ter filho muito nova, casar cedo, inventar vários trabalhos diferentes e estar aqui nos States. Por isso sinto, ainda na fase dos 30, que já vivi umas três vidas. E paguei o preço disso, assim como as alegrias, multiplicadas por três foram as dores.

Como todas as outras, a moeda da ansiedade tem duas faces. A boa é quando gera estímulo, iniciativa, quando nos faz mover e realizar. A ruim é quando passa do ponto, quando antecipa algo para qual não estamos preparados, quando tira o nosso sono ou faz com que deixemos tarefas e pessoas importantes de lado para realizar só aquela meta. Equilíbrio é tudo.

Eu tenho sempre que me administrar. Agora mesmo, neste momento retardado de descoberta da internet, tenho passado mais tempo do que devo aqui. Mas pelo menos a fase da insônia passou. Espero que tudo vá se acomodando e eu coloque a vida virtual no lugar dela.

Começando agora, aproveitando esta manhã ensolarada de sábado para curtir meus filhotes, que são a minha melhor realidade. Já sou grandinha pra saber que quando voltar vocês vão continuar aí e que eu ainda tenho muito tempo para aproveitar. 

Porque a morte não vem me buscar tão cedo, pelo menos não nesse fds. Já me acostumei a passar das segundas feiras e esta voz já não tem tanto crédito. E no dia que eu for, o que vai menos importar é o que eu fiz por último. Vou puxar pra levar é um extrato de tantas experiências e aprendizados que tive por aqui.


29 outubro 2010

- Mãe, qual é mesmo a língua Dele?


Saímos todos pra jantar e na volta, eu já estava danada da vida porque errei a entrada e o retorno é longe, quando a minha filha perguntou:

- Mãe, Deus fala inglês, português ou espanhol?

Ela tem sete anos e ainda está se acostumando a este ambiente poliglota. Eu só tinha cinco segundos para formatar uma resposta verossímil:

- Ele fala todas as línguas, por isso Ele é Super, por isso Ele é Deus. 

Não sei se foi o que ela queria, mas ela se calou. 

Ele entende português, pensei. Ele sempre me escuta. Deve ter uma equipe em cada país pra ajudar. Ou talvez Ele só sinta as intenções e a energia, as palavras devem ter pouca importância para Ele. Ou quem sabe Ele entende mesmo tudo... segui assim  às voltas como carro e às voltas com as dúvidas de sete anos que existem em mim.



27 outubro 2010

I hate tests!

Tenho prova hoje. Não estudei quase nada de novo. Toda vez que olho para o livro enorme em inglês penso que tenho mil coisas pra fazer primeiro, como escrever aqui.

Nunca fui boa de prova, mesmo quando trata-se de um assunto que eu gosto como o de hoje: consciência, motivação e desenvolvimento humano. Acho sempre injusto ter que estudar os nomes dos caras e das teorias todas, as datas, o resultado de cada pesquisa. Sempre cai aquele detalhe que me passou batido, parece pegadinha.

A minha salvação sempre foram os trabalhos e as apresentações orais. Era só me oferecer um palquinho que eu até estudava, ou enrolava muito bem. Só que aqui eu travo ainda, não confio no meu inglês nem pra levantar a mão quando ela pergunta: "-Alguém aqui tem filhos?" Tenho medo que ela vá adiante.

Não me sinto à vontade nesta aula, na maioria das vezes em que ela pergunta ela mesma responde ou conserta a resposta dos alunos, eu que não me arrisco. Acho incrível aqueles professores que constroem a aula aproveitando as experiências dos alunos e desenvolvem o conteúdo a partir daí.

O pior é que nem estudo nem fico com a consciência tranquila. Antigamente era bem melhor, agora tenho essa tal auto exigência e responsabilidade. Isso me faz pensar mil vezes se devo dar seguimento ao curso no Brasil. Eu quero aprender psicologia sem as provas e as monografias, tem jeito?

-Ta, eu sei, eu sei, não existe almoço grátis, eu já vou, tô indo! Seu super-ego chato! 

Respira fundo. -Vamos lá Incrível falível, concentração, foco, go ahead. Now!!!

26 outubro 2010

Breathe!

Tem uma metáfora batidérrima, muito usada por qualquer palestrante (inclusive eu, no tempo em que era uma treinadora incrivelmente falível) que não saiu da minha cabeça hoje.

Aquela da máscara de oxigênio do avião (Ai, aguenta please, prometo que mais pro fim melhora). Que o certo é que você coloque a máscara primeiro em você, para só depois ajudar alguém. PS: Este alguém vale para qualquer alguém, inclusive para os filhinhos.

Cheguei ontem a noite de um descanso de tudo. De todas as minhas tarefas e de todos os meus papéis. Quatro dias da melhor terapia de todas: aquela do EU bem grande, do eu faço o que eu quero na hora que eu entendo.

Uma pessoa com filhos pequenos sabe bem do que estou falando. Se você não consegue organizar a sua vida, o seu trabalho e não tem  nem uma pessoa de sua confiança para deixar os  filhos para passar um fim de semana sozinha, com os amigos ou em lua de mel de vez em quando, cuidado! Pode estar arruinando o procedimento operacional padrão da mente sã e do casamento feliz.

Todos esses fatores são conquistas. Nós aprendemos a delegar, a dar e a merecer confiança e a negociar. Importantíssimo! Falo com propriedade de quem já deixou um casamento ir pro espaço também por este motivo. Me esmerando para ser uma mãe infalível e deixando meus projetos, meus amigos, meus programas e meu namoro no final da fila. Foi por pouco, por uma fração de segundos eu não virei uma songa monga incrivelmente babona e assexuada.

Hoje estou bem mais flex, como disse no post balance lá embaixo. E mais interessante. E bem melhor mãe.

Pensa comigo:
Meta objetivo: filhos felizes
Para filhos felizes: uma mãe realmente feliz. Não é  felizinha de faz de conta, de sorriso amarelo. Uma mãe que ri fácil, que vibra quando vê um carro rosa passando, que fala sonhando e realmente acredita que a vida vale a pena.

Olha que foram só quatro dias... rsrs

Mas tentando falar sério, a minha incrível terapeuta disse que os filhos captam o nosso inconsciente, não adianta fingir que eles não comem nadinha. 

Então não tem outro jeito:

- Atenção senhoras e senhores papais e mamães incrivelmente falíveis, no caso de despressurização do ambiente provocada pelo alto nível de stress dos novos tempos, máscaras de oxigênio de oportunidades restauradoras cairão diante dos seus narizes. Coloque-a primeiro em você, inspire-a profundamente, abasteça-se de prazeres próprios e só então ajude as pessoas que estão ao seu redor.

A sua saúde física/mental/emocional/psicológica agradece. E seus filhos também.

22 outubro 2010

A gosto do freguês


Foram poucos votos na enquete, mas ja me ajuda a achar o rumo do bloguito:

Experiências pessoais- 9, Trapalhadas incríveis- 4, Percepções nos EUA- 3 e Assuntos de psicologia- 1

Bem que minha mãe falou, todos estão fartos de conceitos e teorias sobre qualquer coisa. Deportado imediatamente para o espaco os sete posts que eu tinha no rascunho sobre estudos, snif. E seguimos lindamente com as minhas experiências pessoais recheadas de trapalhadas incríveis, com pitadas de percepções das coisas interessantes que estou vendo por aqui. Por enquanto acho que é isso. 

Muito obrigada e-leitores incríveis, por votarem e por se interessarem pelas minhas histórias. Estamos construindo um bloguito juntos, quanto mais feed-backs melhor, mais eu consigo entregar a gosto do freguês.

Até a próxima dúvida incrível :)

PS: Estou aproveitando bem as minhas ferias de uma semana, anotando tudo no caderninho pra contar depois aqui.


20 outubro 2010

Balance

Equilíbrio, eis a questão: 

Poupar para o futuro ou viver o presente?
Pensar nos outros ou em você?
Malhar ou descansar?
Sair e se divertir ou ficar em casa e dormir?
Falar ou ouvir?
Extravasar ou se conter?
Afagar ou disciplinar?
Comer ou emagrecer? 
Estudar ou entrar na internet?
Aventura ou segurança?
Água ou Vinho?
Maçã ou Oreo?
Tentar corrigir ou ignorar?
Se produzir e aparecer ou ficar invisível e relaxar?
Mais dinheiro ou mais tempo?
Hora dele ou dos filhos?
Salto alto e pernas bonitas ou sandália e conforto?
Pratica e aprende ou deixa o outro fazer e aproveita?
Protetor solar ou bronzeado?
Arriscar  e amar ou se preservar e nao sofrer?


Poderia ficar um dia inteiro lembrando destas perguntas que me perseguem. Eu vou driblando uma, conversando com a outra, negociando e tentando não deixar faltar nada pra ninguém. Não é fácil, são muitas bocas, mas é perfeitamente possível. Eh so se conectar com a intuicao (que ja veio acoplada na gente) e ir aprendendo com os erros. Sabe exercicio de equilibrio? Yoga, malabares, andar na corda? 
Eh a mesma coisa. Desequilibrou? Volta e tenta de novo.


17 outubro 2010

Qual é o tamanho da sua mala?



Syl é uma amiga de infância, solteira, sem filhos. Ela já foi bailarina, publicitária e atriz. Escreve muito bem, estou incentivando-a a ter um blog. Já morou em várias cidades do Brasil e agora está em New York.

Sempre me admirou muito a sua liberdade, ela sempre está com a mala pronta para o que ocorrer.

Malinha pequenininha, diga-se de passagem. Quando íamos passar um final de semana fora, ela levava só uma sacola. Ela usa mesma sandália na praia, no show e no supermercado. E está sempre linda.

Uma vez o apartamento dela pegou fogo e ela perdeu tudo. Todas as fotos da carreira, seus móveis, suas roupas, seus mimos. Pode ser que tenha começado daí o maior ensinamento de Syl para mim; o desapego.

Outro dia, meses antes de se mudar pra cá ela me falou:
 -Amore, tudo que eu tenho cabe em duas malas. Eu só compro um xampu quando o meu está acabando. Com comida é a mesma coisa, um pacote de bolachas de cada vez. Só tenho uma sandália alta e uma baixa, pra comprar um vestido eu dou um que eu tenho. Vendi todos os móveis e eletros. Quando voltar, eu compro de novo, se for o caso.

Fui escovar os dentes  para deitar e quando abri o armário vi uns dezoito sabonetes, aquilo me tirou o sono.
Quantas roupas não precisavam ser compradas, quantos livros nunca serão lidos, quantos enfeites só para juntar poeira!

Fazer a mala pra vir pra cá foi um suplício. Só poderia trazer duas para cada, e estava vindo passar um ano em um lugar que no verão é um forno e no inverno é um freezer. Arruma, tira, bota, aperta, fecha, não fecha, fechou.

E agora mais que nunca entendo a filosofia da Syl. Dá e sobra. Fica bem mais fácil de ver e mudar as combinações. Se acabar ou enjoar, troca! Eu sempre enjôo mesmo quando tenho muito. Cada filho só pôde trazer uma mochila de brinquedos, que alívio na hora de arrumar o quarto. Tudo ficou mais valorizado.

Quando vou ao shopping penso dez vezes se aquela peça é melhor do que a que eu tenho em casa. Porque só vou voltar com as mesmas duas malas, o resto vou deixar aqui. A minha cama só tem dois jogos de lençóis, o que já é um luxo, pois eu posso deixá-los limpos em uma hora para usar de novo.

Diminuindo o zoom, podemos pensar a vida como nada mais que uma viagem. Só que quando sairmos não vamos poder levar nem a bolsa.
O quanto estamos acumulando? O quanto apegados somos a nossa cama, a nossa comida e ao nosso status?

Só há um tipo de bagagem que não pesa e não ocupa espaço. A memória, aquilo que somos. Tudo o que aprendemos, experimentamos e vimos. O tanto que amamos. Esta é que precisa estar farta e variada, organizada e pronta para o que ocorrer, como bem sabe a minha querida amiga Syl.




16 outubro 2010

MIIIIIIIIIIIIIIILLLLLL!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

NOSSA, QUE ALEGRIA!!!! MIL ACESSOS NO BLOGUITO IF!!!!!

Saiu até um grito quando eu vi agora. Vou comemorar. Aprendi a comemorar tudo. O que pode parecer bobo para uns pode ser fantástico para nós, só nós sabemos de nós, do quanto nos custa cada avanço. Eu perdi algum tempo focando muito nos meus desacertos e hoje dou pouquíssimo cartaz para eles, só o necessário para tirar algum proveito.

E às conquistas, às boas notícias,  aos alívios, aos achados,às conclusões e às reconciliações TUDO! Pode ser uma música alta pra dançar sozinha, pode ser um presentinho que eu sempre possa olhar e me lembrar, pode ser uma tacinha de champagne.

Qualquer coisa é motivo pra fazer festa dentro da gente, elas alimentam a nossa auto estima que nos deixa mais capazes para a próxima, em uma espiral ascendente poderosa.

VIVA! VIVA VIVA!!!, Viva a IF, viva você, viva cada passo, viva o agora!

15 outubro 2010

Incrivelmente respeitados!

Martha Medeiros comentou ontem em seu blog que a experiência mais moderna que ela teve em sua última viagem a NY foi presenciar o crescente aumento de empregos com mão-de-obra qualificada sem restrição de idade.




Esse assunto já estava na minha lista, é impressionante a qualidade de vida da moçada daqui com mais de 60.


Primeiro quesito: Respeito. Todos seguram a porta para eles, deixam passar na frente, esperam atravessar a rua. Estas e outras grandes pequenas coisas já estão ligadas no automático por aqui.

Segundo: Oportunidades. Como a Martha, sou atendida o tempo todo por eles em lojas, parques e instituições. A maioria está na ativa e o seu atendimento costuma ser bem mais cordial que o da garotada. Parece que eles tem mais satisfação com o que fazem, são bem mais atenciosos.

Terceiro: Acesso. Todos os lugares públicos reservam as melhores vagas para eles, que dirigem até altas horas para todos os lados.

Por coincidência a aula ontem de psicologia foi sobre sexo nesta faixa etária, não há limite de idade.

A academia está cheia de gente de setenta, oitenta, noventa. Acho que é um dos points. Tem os clubes de dança, nos restaurantes encontramos menus com preços especiais só para eles. Sempre vejo mesas grandes de casais, todos arrumados, tomando uma, falando sobre a semana e o trabalho.

Como diz a Martha:

"-Está aí uma visão de mundo futurista. Não existe mais a velhice computada pela data de nascimento, e sim a velhice de espírito."

Que bom que este futuro mais inclusivo está aí, é importante abrir a mente já porque logo logo vamos estar ocupando este espaço. Novíssimos de espírito, eu espero. É só não perder o fio da meada e não deixar a dureza da vida enferrujar os nossos sonhos. Acreditar que é possível ser feliz e pleno em qualquer idade. Já que pagamos tão caro o ingresso, vamos aproveitar a festa até o último minuto.

14 outubro 2010

Se vai dar, dê de coração!


Não, não é o que você está pensando. Se bem que vale pra esse tipo de dar também. Seja o que for que você der, dê porque quer!

Fico louca com cobranças. Acho o fim a pessoa que alega o que deu e quanto custou para ela dar aquilo. Prefiro mil vezes que não me dê ou que não faça por mim. Diga a palavra mágica NÃO! Mas não me faça passar o resto da vida ouvindo você se gabar pelo que fez.

Tem gente que calcula precisamente o presente ou o favor que vai fazer para pagar o que recebeu. Quer que os valores batam exatamente iguais no final.

Acho um horror o homem que quer dividir a conta em um primeiro jantar romântico. Não, eu não sou machista, muito menos exploradeira. Sou uma mulher que soma, ou melhor, multiplica. Existem mil formas de somar ao invés de dividir. Que tal ele paga uma e você paga a outra?

Me lembrei de um que certa vez me chamou pra comer um temaki. Levei uma amiga (tenho testemunha!), comi um temakezinho e tomei uma água, ela também. No final ele disse: "- R$13,00 pra cada". E me deixou em casa com seu carrão importado, me exibindo no caminho fotos no celular de suas viagens pelo mundo. Porque o dom de dar não tem nada a ver com condição financeira, nem intelectual (não que fosse o caso). O pobre homem rico passou semanas enviando mensagens sem entender porque eu sumi.
 Na época contei para meu irmão que disse:
- Val, um cara que é mesquinho em uma coisa pequena é mesquinho em tudo. 
Eu acredito. Uma pessoa que é generosa com o que tem é generosa no amor e vice e versa.

Existe aquelas pessoas que só querem sair no lucro. É só venha nós, ao vosso rei nada. E tem os que não gostam de receber nada de ninguém, nem um elogio. Acham que vai ficar em dívida, que vai dar trabalho pra retribuir, ou até mesmo que não merecem.

Ahhh, se eu te der, por favor receba. Eu só dou o que eu posso e quero dar. E esqueço. É mais uma ótima estratégia anti-frustração. Acredito profundamente que esta relação não é de troca. Muitas vezes damos para alguém e recebemos de outro lado completamente diferente.

É mesmo importante que se diga NÃO quando estiver no seu limite, ou quando puder...

OFEREÇA o melhor de si generosamente, livremente, abundantemente. E não perca tempo em olhar pra trás porque o melhor ainda está por vir. Recebemos no final tudo o que merecemos, a equipe lá de cima é fera em contabilidade, manda tudo com juros na hora certa, mesmo que seja por outro portador.


13 outubro 2010

Festa de todos


Já fui a umas cinco festas aqui. Festas grandes, com DJ e tudo. 
A primeira coisa que me chamou atenção foi o horário. Começa estourando às 19:30 e todos costumam ser pontuais. Porque às 10hs, basta um vizinho ligar que a polícia aparece e acaba com a brincadeira.  Achei o máximo uma que  convidou todos os vizinhos e conseguiu assim que a festa rendesse até às 2h.
A segunda é a praticidade; comidas compradas prontas, tudo disposto na mesa, se tem algo quente, fica lá no réchaud e cada um se vira. Self service também de bebidas, tudo em lindos copos, pratos e guardanapos descartáveis.
A terceira é a cooperação de todos no antes, durante e depois da festa. Entra a família e os amigos em ação. Um faz a decoração, o outro troca as lâmpadas, cada um leva um prato de sua especialidade e todos cooperam na manutenção (reposição, preparo que drinks, limpeza, etc) entre uma dançadinha e outra.
Isso tudo porque, vem aí o melhor, não tem um empregado. Claro que estou falando de festas em um padrão de classe média comparada com festas do mesmo porte no Brasil. Eu sei que se eu for ali do lado em uma mansão de Hollywood, vai ter alguém só pra estender o tapete vermelho. 
Achei bem mais justo. Com o anfitrião e com o formato de sociedade. Acho desconfortante a presença do garçom, da moça limpando o banheiro e das auxiliares na cozinha calorenta enquanto a gente ri e toma todas. Eu não vou entrar no mérito da questão social, que no Brasil as pessoas precisam desses empregos, que são trabalhos muito dignos, que não dá pra ter glamour com prato descartável... Eu sei, eu sei e eu sei.

Só queria dividir uma sensação de leveza que senti. Me diverti pra caramba, conheci gente nova, comi, bebi, dancei, e no final gostei da idéia de jogar  as coisas que eu usei fora, arrumar a minha área  e deixar a mesa limpinha para a anfitriã que me convidou com tanto carinho.