08 outubro 2011

A primeira linha

                                                                                                                                                             
Podem dizer que é excitante, desafiador, interessante. Podem dizer que é fascinante, emocionante e estimulante mas FÁCIL, isso não é.
Em um papel em branco cabe todas as possibilidades. Todas as personalidades, os conflitos, as descobertas, os temores, as viagens, as doenças, os amores, os distúrbios e os anseios.
Como optar?


Mas já que tem que começar de qualquer começo, então lá foi a IF criar o primeiro esboço da sua história.
Primeiro esperei a noite chegar com o seu silêncio.
Fiz vários desenhos, mapas mentais, criei uma linha cronológica.
Peguei as técnicas do arquivo IF pois essa aula ainda não tive e nem sei se existe.
Escrevi em português.
Na segunda noite eu traduzi. Primeiro pedindo ajuda ao meu amigo google tradutor e depois corrigindo as besteiras que ele faz.
No terceiro dia dei uma olhada, achei que estava péssimo, vou correr, me veio uma idéia, voltei no meio do caminho, mexi, arrumei, complementei aqui e ali, o dia todo. Pronto, daí achei que estava enviável.

No outro dia vai a IF tomar banho. Na saída, quem está sentada em frente ao notebook IF? A mãe. Que diz:
- Isso aqui não está bom, precisa corrigir, senã....
- MÃÃÃEEE!!!! - a interrompi - NÃO É PRA OLHAR, NÃO ESTÁ PRONTO!!!!!!
- Tá bom, tá bom, então eu vou fechar agora.- respondeu magoada.
Eu vou deixar ela ver, mas deixa ficar melhorzinho - pensei.
Vou cuidar dos meninos, levar, buscar, almoçar com as primas.
Volta a IF pro computer, para ler mais uma vez e mandar o trabalho pra professora, queria deixar pronto antes de viajar.
Vou no arquivo, clico e....
Nada.
Nem uma letra do meu textinho parido de fórceps.
Vou na lixeira, no hardware, no software, no escambau da conchinchina dos mega bytes e nada.
Eu só tinha minimizado, não tinha salvo, quando ela fechou o arquivo, ela respondeu a infame perguntinha: "Quer salvar?" com um "Não", só faltou o "obrigada".
- Can you believe it?
Fui falar com ela que ficou tão xôxa que nem pude reclamar.

Só chorei. Um dilúvio. Bem mais do que o necessário, chorei como se fosse um livro inteiro.
Por falar nisso, já contei para vocês da minha técnica choradeira?
É assim; quando começo a chorar por um motivo, aproveito para lembrar de todos eventos recentes ruins que não foram chorados, daí eu choro o presente, o passado e em alguns casos eu até choro pra ficar com um crédito.
Quando termino só preciso de um banho, uma neosaldina e pronto, fico nova.

Só no outro dia (hoje) recomecei a escrever. E acordei pensando que talvez não fosse por acaso que eu perdi aquele texto. Os personagens sobre os quais tinha escrito eram baseados em pessoas que eu conheço e isso apesar de parecer mais fácil, é delicado porque pode não agradar os mesmos. E respeito pelos outros é bom e eu gosto.
Recomecei do zero com outros desenhos e mapas, com uma galera nova com outras birutices.
Salvando cinco vezes por minuto.
E gostei muito mais. Até encontrei a forma de colocar a IF lá.

E assim foi. E assim é; excitante, desafiador, interessante, fascinante, emocionante e estimulante. Mas nem um pouquinho fácil.

4 comentários:

  1. Parabens minha amiga!!! Voce eh uma escritora nata, fantastica e ainda por cima eh linda!!! Suas estorias sao sempre tao emocionantes! Obrigada, flor :)

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  2. Quem nunca teve um trabalho perdido? Eu já tive vários; tanto na faculdade quanto no trabalho mesmo. É mesmo um porre, mas depois que a gente consegue deixar o fato no passado e escrever novamente tudo acaba bem. Que bom que o seu ficou ainda melhor! Beijos prima!

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  3. Que história emocionante Val. Já vi que esse livro vai dar um livro de posts, kkk. Tudo de melhor. Bjs

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  4. Mas vc chega lá rapidinho dedicada como é,e tinha que ser assim desta maneira com DªEdilse apagando e tudo mais.Beijos de sua cunhada do coração Karine Andarde.

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