03 outubro 2011

Martha, a meta


Acabo de ler o excelente livro de crônicas da Martha Medeiros "Feliz por nada", que não por acaso está há semanas  na lista de livros mais vendidos da revista Veja.

Demorei muito mais para ler do que poderia para economizá-lo como aquele chocolate belga que a gente põe aos pedacinhos na boca e espera derreter.

Sim, eu confesso mais uma vez, a Martha é tudo que eu gostaria de ser como autora. Sensata, elegante e perpicaz, a impressão que tenho é que ela pode desenvolver um texto a partir de qualquer coisa, qualquer palavra desse mundo. Nada de graça, diga-se de passagem. Mérito de seus milhares de kilômetros rodados em leitura.

Enquanto me deliciava com o seu livro pensava no quanto eu queria ter percebido e escrito tudo aquilo primeiro. Deu inveja, um pecado capital que cometo raríssimas vezes, mas em quase todas as vezes que leio a Martha.

In-ve-ja, uma palavrinha que todo mundo teme dizer. Agora fala-se em inveja branca, que significa que você quer aquilo que a pessoa tem, mas isso não compromete que a pessoa invejada continue tendo também. Então não se quer O QUE é dela, e sim algo COMO o dela. Então vá lá, que seja inveja branca, porque não há como querer tirar nada dela, eu ainda quero ler muito a Martha Medeiros e acompanhar o seu sucesso.

Mas que é inveja é, uma invejona imensa dos livros que ela leu, das idéias que colorem os seus textos, do caminho que já conquistou, dos milhões de leitores, do papo maravilhoso que ela deve ter com seus amigos.

Mas comecei a perceber algo interessante no meu processo invejístico. Antes do blog quando eu a lia eu pensava que não poderia escrever jamais porque me comparava com ela e achava que todos iriam me comparar também e pensar que fraquinha que sou.

O processo foi longo, precisei me asssumir logo falível para que as pessoas não esperassem muita coisa. Mas eu consegui. Há mil anos luz dela, mas aqui estou com o meu possível.

Quantas pessoas não começam um sonho por se compararem com os outros?
Sentem-se intimidados por quem não o conhece ou por quem se conhece e quer mostrar-se sempre perfeito.

Foi uma alívio quando li o "Fora de mim" e não gostei. Porque eu descobri uma Martha também falível, o que é ótimo para ela, sinal de que pertence a esse planeta.

Pois é, não dá para agradar o tempo inteiro, isso é fato. O que dá é para seguir fazendo o que se acredita. Se escrevermos de acordo a nossa verdade e usando toda a energia do coração, teremos sim os leitores que merecemos.

As Marthas existem para serem as nossas metas. Podemos crescer bastante ao observar minunciosamente como os campeões fazem as coisas. Mas não copiar, porque é o estilo próprio que dá o algo mais. Cada um de nós tem um quê que ninguém tem, que nos faz único (a). Isso é o que faz com que as pessoas te achem interessante e até sintam aquilo, como é mesmo? Inveja. Mas da branca, lógico.

7 comentários:

  1. Olá, Dona Incrível! Tá na hora de parar com toda esta modéstia e botar para quebrar! Vc tem que se achar o máximo (sem dizer MUITO isto para nós leitores, é claro!) para que toda esta sua legião de espectadores possa acompanhar seu crescimento e sucesso! Eu acredito!

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  2. Excelente comentário para o primeiro dia de aula prima! Eu preciso muito do feed-back de vocês, estava sentindo a sua falta.
    Vou tentar me achar o máximo, se você acredita então eu também acredito!
    Oxente! Escola de escrevedores, aí vou eu! Beijos!

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  3. E ai, Val, como andam as aulas? Esta gostando?
    Vai fundo, amiga! Talento voce tem de sobra!!!

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  4. Hoje a Martha Medeiros está ai para ser meta de alguns, mas acredite amanhã você será a meta de muitos outros!!!

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  5. Tomara Déa! Que bom que você voltou! Beijos

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  6. Comprei o livro pra eu ler,sigo sempre suas dicas,beijos.Karine Andrade.

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A INCRÍVEL falível espera ansiosamente por um comentário seu: