02 novembro 2010

Uma dispersa brasileira fazendo aula de improvisação teatral em inglês

É, para quem não sabe estou fazendo aula de "improve" aqui. Nem um textinho, nem um ensaiozinho. Tudo na "vera", stand up total, modelo se joga primeiro e pensa depois.

Game do dia: Cantar uma música em ritmo de rap sobre um tema que o professor dá na hora.
Para mim ele pediu uma mulher dizendo para o marido como se sentia em seu primeiro ano de casada.
No caso um partner de dezenove anos.
E mais uns trinta coleguinhas da mesma idade na platéia.
Com som, microfone e tudo.

Ele chamou para o palco grupos de oito em oito. Todos correram loucos pra ir logo. Nesses momentos eu me finjo de morta (para isso sou óótima atriz). Abaixo pra pegar uma coisa no chão, vou ao banheiro, me escondo atrás de alguém.
Mas o professor nunca me dispensa, aliás um amor de pessoa e muito competente. Ele me espera chegar, me deixa por último e quando eu estou achando que vou me safar, ele coloca todos os coleguinhas pra chamar o meu nome. Um fofo.

Achei que hoje ele fosse ter pena mas qual o quê, ele literalmente me arrastou.
Com medo de cantar (no próximo post vou escrever sobre isso), sem saber o que é rap e com um inglezinho meia-boca. 

Puxei o microfone de segunda. Parecia iniciativa, banana nenhuma, sempre que é pra sofrer eu sofro logo e fico livre. Arranhei lá qualquer coisa, o que salvou foi o ritmo, tentei fazer bem mais ou menos o movimento dos rappers, eles aplaudiram, são tão bonzinhos... Ufa! Que alívio, mais uma semana pra pagar outro mico.

Que nada. O teacher pára tudo e pede pra eu fazer de novo, agora em português. Hã? Como assim? Ele nunca tinha feito isso! 
Fiquei estatelada uns dez segundos (que no palco é uma eternidade) pra assimilar o pedido e pra puxar de Giselda e Mingo o idioma português. Juro que na hora eu esqueci. Eu vou pra lá tão programada pra tentar entender e falar inglês que quase tive um curto circuito.

Mas me joguei. Não tenho a menor idéia do que falei mas fiquei besta com a altura da minha voz e a energia do meu corpo. Me senti a She-ra de novo. Foi surpreendente até pra mim, imagine cara dos meninos assistindo. 

No final o professor pediu para que cada um se imaginasse fazendo este tipo de cena em outra língua. Elogiou a minha verdadeira voz, disse que me admirava pela coragem, que se eu arrisco pra isso eu posso fazer qualquer coisa.
Pelo menos foi o que eu entendi.

Só sei que fiquei pensando, sabe aquele exercício de treinar falar com a caneta na boca, daí quando você tira consegue articular bem melhor? Acho que é a mesma coisa, se eu posso falar, contracenar e até cantar um rap para a galera com a dificuldade que tenho no inglês, em português eu posso tudo.

É, estou me achando. Graças a um professor que sabe colocar dentro dágua uma peixa IF, à receptividade de uma garotada muito legal e a segurança que felizmente vai chegando com o tempo.

3 comentários:

  1. Eu jamais conseguiriaaaaaaa.
    Vc é o máximo, amiga linda.
    Rap improvisado em inglês?
    Suei frio lendo seu relato.
    Melhor morar em NY e conviver com meus pequeninos mices.
    Hahahahahah
    Love you.
    Inchada de orgulho.

    ResponderExcluir
  2. Esta Incrível falível, está me saindo uma boa coringa, FAZ TUDO!
    bjs e continue se jogando... são coisas assim, para se expor que faço em meu curso!
    A parada de cantar um rap é muito boa, registrei!

    bjsssssss

    PS: vou tirar uma foto, do bbzinho dos incríceis que tenho vestido de chapeuzinho e cachecol!

    ResponderExcluir

A INCRÍVEL falível espera ansiosamente por um comentário seu: