26 abril 2013

Uma mala de esperança


Existe viagens e viagens. Viagens de trabalho, de passeio, de reunião, de fuga, de curtição, de descanso, de casal, de família, de estar só. Eu estou me preparando para uma viagem no mínimo terapêutica e no máximo, se eu conseguir atingir a meta (e como não?), transformadora.

Imagine o que se deve colocar na mala para uma viagem assim. Primeiro eu pensei no que eu não quero levar. Vou deixar aqui, e tomara que não esteja me esperando quando eu voltar, as recentes tristezas e desilusões. Vou deixar o medo de que alguma coisa dê errado, vou deixar o peso das responsabilidades, quero uma mala bem levinha. E bem do lado de todos os sapatos que apertam os meus pés, vou deixar para trás tudo o que aperta o meu coração.

Vou levar uma página em branco. O notebook, um caderninho na bolsa e uma câmera com um cartão de memórias zerinho. Já tem um tempo que estou colocando na bagagem umas palavrinhas em outros idiomas. Fora isso o HD da mente tem que estar o mais limpo possível. Vou levar um livro para ler e outro para escrever. O que ocorrer, o que eu viver, que flua! Vou levar a minha mamãe para vivermos momentos inesquecíveis. Vou levar um casaco só, umas echarpes e um chapéu que eu nunca uso, quem sabe eu não encontro uma nova versão de mim? Não posso me esquecer do kit básico para correr em lugares que nunca pude imaginar. Na necessaire batons de todas as cores. Estou levando também uma playlist no iphone que sem pesar nada e que trará tonelada de alegria.

Vou levar este blog e a companhia de vocês que eu gosto tanto. Vou levar a esperança. Aquela que eu sinto quando vou a lugares pela primeira vez ou quando eu vivo uma experiência inusitada simples e deliciosa. Para isso só preciso acreditar, marcar o vôo, estar com o coração aberto e o sorriso na ponta da língua.

Faz tempo que eu fiz um trato comigo de ser feliz. E nele está previsto que eu preciso viajar, para onde for com pessoas de todos os jeitos, de tempos em tempos. Seja para ampliar os horizontes e ver que as dificuldades são irrisórias diante da beleza deste planeta e de suas infinitas possibilidades ou seja simplesmente para sentir uma saudade imensa de tudo que eu tenho aqui e querer voltar correndo pra casa.

Elementar e sensacional. Dúbio e verdadeiro. Supérfluo e fundamental. De raízes e asas. Incrível e falível. Assim sou eu e assim cheia de sonhos sempre vai ser a minha mala.


2 comentários:

  1. "Assim sou eu e assim cheia de sonhos sempre vai ser a minha mala."
    E Milton disse:
    "Porque se chamavam homens
    Também se chamavam sonhos
    E sonhos não envelhecem
    Em meio a tantos gases lacrimogênios
    Ficam calmos, calmos
    Calmos, calmos, calmos
    E lá se vai mais um dia
    E basta contar compasso
    E basta contar consigo
    Que a chama não tem pavio"
    SONHOS É VIDA FOFA!!!! Bjão

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  2. Boa viagem Valzinha!!!
    Lindo post!!!

    Beijos,

    Mel

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