01 agosto 2014

On sale

Não tem jeito, vir pros EUA é também fazer uma viagem de compras. Basta você dizer pra alguém que vai que você ganha uma encomenda. Certa vez uma pessoa que eu só tinha encontrado uma vez viu uma foto minha viajando no Face e me pediu pra trazer um ipad e um iphone pra ela. Haja ipaciencia. Na minha bagagem mal cabe tudo que eu amo nessa terra e preciso levar.
Os biscoitos Oreo com double stuff para os momentos desesperadores, a pasta de dente que fica em pé na pia, o powder sugar para envolver os doces crocantes, o batom que desliza e perfuma, a escova que desembaraça os cabelos das minhas filhas sem gritos, as vitaminas que aqui só nas farmácias de manipulação, as batatinhas e as cervejas que já vêm com limão, os biscoitos que a minha cadela adora, e outras tantas coisas.
Há uma preparação e uma expectativa diferente antes de viajar pros EUA, o tênis ficou surrado mas aguenta esperar porque lá custa um terço do preço, o notebook está com o vidro quebrado, mas ainda está ligando, espera, a necessaire vai vazia pra voltar com tudo novo.
E dessa vez caprichei nos apetrechos de cozinha. Eu que estou de casa nova, com sérios planos de realizar receitas saborosíssimas e saudáveis, nada como umas panelinhas novas pra dar incentivo. É como roupa de malhar, parece que fica mais leve de roupinha nova, eu adoro. Ai, o que dizer do head phone que comprei para ouvir musica nadando? Acho que agora chego até Itaparica!
Sim, isso tem um preço, a ser pago em dólares, trazido alguns dias depois da sua chegada pela sua fatura do cartão de crédito, geralmente causando uma dolorosa surpresa e sérios planos de não sair de casa nos próximos meses, ou de quebrar o cartão e nunca mais voltar naquele lugar de terríveis tentações. Fora o porre de carregar tudo isso pelos aeroportos e ainda correr o risco de ver tudo aberto na alfândega, com alguém revirando sua roupa suja misturada com o copo da mulher maravilha que você achou o máximo.
Você jura programar outros destinos agora, ir pra India meditar ou fazer o caminho do desapego de Santiago, isso até acabar o estoque dos cremes e dar aquela vontade de comer hamburguer com suco de laranja meio de mentira. Não tem jeito, o meu amor pelos States já esta condenado a ser totalmente interessado. Talvez seja o meu jeitinho de não me separar dele. Se não posso morar lá por enquanto, então que pelo menos eu traga pedacinhos de States pra minha vida no Brasil.

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