18 outubro 2012

Correndo para me encontrar



Nesses últimos meses enquanto me debatia em uma crise vocacional retardada numa busca de saber em que trabalhar enquanto me conformo que não sou boa o bastante para ser uma escritora (cinco sessões de terapia em uma frase) me lancei a um desafio:

Correr uma meia maratona. 21 quilômetros pela praia, saindo do Farol de Itapuã  e chegando ao Farol da Barra. 

E consegui, realizei tal façanha no domingo passado, algo Incrível para quem não corria mais que 5 km até três meses atrás.  Para quem gosta de números e resultado, o meu percentual de gordura corporal passou de 18 para 13% em três meses, com três kg a menos mesmo adquirindo mais massa magra.

Maravilha não é? Sem lipo, sem mágica e sem remédio. Programa suor e saúde total, com quatro treinos de corrida, dois de musculação e dois de natação por semana. É, para ser atleta é preciso ter fôlego e tempo. 

Mas emagrecer não foi o principal benefício e aqui estou para abrir para vocês o meu balanço particular desta experiência.

Na época em que trabalhava com RH, usei muito a frase de Goethe: "Trate as pessoas como se elas fossem o que poderiam ser e você as ajudará a se tornarem aquilo que são capazes de ser.
É impressionante o poder que tem uma pessoa de te influenciar quando ela acredita em você. O Rafael Seara foi o primeiro que disse que eu poderia correr. Treinador dos bons, conhecia o meu limite bem mais do que eu. E qual é o meu limite? Venci o primeiro quilômetro, depois consegui correr 5, 8, 10, 14, 18 até chegar nos 21. E até onde posso ir se quiser? Isso me faz pensar no quanto podemos influenciar nossos filhos, equipes e pessoas próximas para alcançar objetivos, quaisquer que eles sejam.

Me lembrava a todo instante de um pressuposto de programação neuro-linguística, de que todos nós temos todos os recursos necessários para realizar o que quisermos. Se alguém consegue, você também pode. E lá estava a IF, entre tropeços, dores e cansaço no meio de muitos atletas, modelando pessoas-meta para conseguir resultados próximos. Escolhia uma e pensava: Se treino como ela, como saudável como ela, sou mulher e a mesma idade, tenho duas pernas também, porque não posso fazer igual? Ou pelo menos bem melhor do que fazia? E jogava a âncora! E pernas pra que te quero para chegar junto! 

E assim me descobri competitiva. E perseverante. Passei por cima de convites, drinks, festas e comidinhas tentadoras, fui treinar na chuva, no sol de rachar, nadei na piscina gelada de manhã cedo. Deixei de viajar e prezei o sono mais do que nunca. Meus mantras motivacionais não eram nada tranquilos: - Faca na caveira! Guerra na selva! Faca nos dentes! Daí pra pior.

E sem tirar a faca dos dentes ia treinar mesmo com sono, cansada ou tristinha. E lógico, tudo ia pro espaço quando começava a suar o top. Essa onda vicia mesmo! Dá um barato... Serotonina, endorfina, dopamina e alegria de estar mais fina, rs. Hoje eu já adoro colocar a roupa de malhar, amo o astral da academia, ver a piscina brilhando, as pessoas correndo na rua passando por mim, exalando saúde!

 Hoje uma amiga perguntou se eu ganhei a corrida. Ela não sabia que são mais de três mil pessoas, e só tem prêmio para os três primeiros colocados, que a gente nem fica sabendo quem são. E que todos que cumprem a prova ganham medalhas, porque nesse esporte NÓS SOMOS VENCEDORES DE NÓS MESMOS. A cada percurso mais ousado ou buscando um tempo um pouco menor do que o último, estamos querendo ganhar de quem fomos antes. Esse é o lance! E ao atravessar a linha de chegada, mesmo sem ser a primeira, mesmo sabendo que existem provas muito maiores do que esta, mesmo sem torcida, sem foto e sem prêmio, eu entendi, eu me encontrei, eu me comemorei, eu acreditei bem mais em mim, eu me senti muito mais Incrível, me senti uma campeã.

2 comentários:

  1. Isso, uma campeã!!! Bjs incríveis.

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  2. Nossa, Val! Voce me deixou tao inspirada! Obrigada amiga! E que voce continue a acreditar cada vez mais em seu potencial, assim como nos(seus amigos) acreditamos! Valeu Valzinha! Voce e uma vencedora e tanto!!!

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