O
bacana de viajar é que por mais que façamos uma programação, nunca sabemos o
que iremos encontrar. E a melhor parte sempre vem das surpresas. Saímos de
Frankfurt em direção ao leste da Alemanha e chegamos na linda Rothenburg, uma
cidade do período medieval cercada de muralhas, num estilo gótico e
renascentista, muito linda.
E
que sorte, chegamos bem no dia da festa anual de Pentecostes, em que eles
celebram, desde 1618, a libertação da cidade que não foi queimada pelos
católicos.
Chegamos
no comecinho, ainda pegamos os menininhos tocando tambor como acontecia na
época para avisar que os católicos estavam chegando. Saíram das casas pessoas
de todas as idades vestindo trajes típicos, tocando em bandas, trazendo vacas,
ovelhas, porcos, barracas e cestos de comidas típicas, muitos pães e salsichas
e canecos de cerveja. Pararam na praça, fizeram uma apresentação continuaram
celebrando nos bares e cafés da cidade.
Ficamos
pensando em como as pessoas aqui são aficionadas em manter a história e o seu
patrimônio, os costumes e as manifestações culturais.
É
nosso país. O centro histórico de Salvador que era para ser o espaço mais
valorizado da cidade vive abandonado, nada acontece por lá. A minha avó passeou
nos bondinhos da rua Chile que a minha mãe já não conheceu. Eu adorava passear
nos de Santa Tereza no Rio que foram desativados por falta de segurança.
E
o que dizer das nossas manifestações culturais? O carnaval fica cada vez mais
comercial, o nosso folclore fica limitado as pequenas comunidades, há quanto
tempo eu não participo de um? Os meus filhos então nem conhecem.
Aqui
as pessoas fazem as próprias roupas com mais capricho a cada ano. Fazem questão
de manter a tradição, a satisfação deles de participar com as suas famílias
está estampada no clima alegre e descontraído da festa.
As
viagens nos despertam. Volto com muito mais vontade de saber sobre as nossas
raízes, de consciência do valor do nosso patrimônio histórico e a importância
das manifestações folclóricas genuínas da nossa cultura. Quero apresenta-las
para os meus filhos na esperança de fazer com que eles se empenhem para preserva-los
também. Obrigada Rothenburg pela aula de consciência, obrigada vida pela
surpresa.
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