15 maio 2013

Paris express


Ainda bem que eu comi em Bordeaux porque só pude fazer outra refeição decente em Londres. Em Paris eu comi uma dúzia de croissants, um crepe em uma banca de Montmartre e um pão com salsicha nas margens do Sena.
Correr meia maratona vira brincadeira de criança diante do programa de uma excursão. Vejam o que fiz em dois dias e meio, que loucura:

O passeio da Paris iluminada, que tivemos a sorte de pegar uma guia culta, a Violeta, de humor inteligente e de voz macia que tornou o passeio bem agradável. Vimos a Torre Eiffel ascender e piscar às 22hs e isso fez valer a pena todas as horas de ônibus de Madri até lá.
Fomos ao Louvre e acredito que vimos 1% do acervo do museu, numa prova de gincana: primeiro os aposentos dos reis, com lustres, tapeçarias e móveis de tirar o fôlego, uma passadinha nas antiguidades gregas e romanas, entre elas a Vênus de Milo e a Vitória de Samotrácia, alguns objetos de arte como as coroas usadas por Luís XV e Napoleão e a sensação, a super star do lugar, a Mona Lisa. E só, eu saia olhando para todos os quadros correndo atrás do guia como quem raspa a panela do brigadeiro que não pôde comer.
Fora isso um city tour por todos os lugares que vocês estão cansados de saber, com direito a batida do ônibus em que estávamos, com confusão de polícia e ambulância porque o motorista parisiense ficou muito nervosos mesmo a culpa sendo todinha dele.
Mais Palácio de Versailles, Notre-Dame, Montmartre e Sacre Coeur, Moulin Rouge, Galeria Lafayette, Champs-Elysées, andar de metrô pra lá e pra cá, de ônibus, a pé, de taxi, de taxi-bicicleta e de Bateau Mouche, às nove da noite, num frio danado.
Diga aí? Malhar pra quê? Já perdi dois quilos neste perna tour. Na primeira noite que cheguei estava mais cansada do que que quando fiz o circuito Dodô e o Osmar atrás do Chiclete no mesmo dia. Dormi sem banho, em homenagem aos franceses e acreditem, sem olhar a internet.

Tudo isso para quê? Para saber o que não fazer nunca mais. Na próxima vez, quero saber que todos os mais lindos monumentos estão do meu lado mas sem precisar ir para lá. Ver a Mona Lisa de novo, que eu adorei, só se tiver um desses ingressos VIPs para visitar o museu com pouquíssimas pessoas às 2h da manhã. É, eu soube que existe isso. E aí só cafés, lojas e bistrôs, passeios despretensiosos pelo Sena e deixar a torre Eiffel se mostrar para mim, sem ter que correr atrás dela. As histórias dos reis, de quem foi marido de fulana ou tio de ciclano, só em doses homeopáticas, em conversas triviais, jamais empurradas goela a baixo por um guia. Espero que essa maratona que vivi tenha sido apenas um ritual de iniciação para uma história de amor. E que eu esteja muito mais encantada e menos cansada na próxima vez que disser à Paris Au revoir.

4 comentários:

  1. Oi Valéria, Não tive tempo de postar minhas observações sobre os seus mais recente escritos, mas devo lhe dizer que estou viajandooooooooooo junto com você! Bom demais viu!!!

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  2. Seu último parágrafo resume tudo o que eu penso sobre viagens. Muito bom!

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