Ainda
bem que eu comi em Bordeaux porque só pude fazer outra refeição decente em
Londres. Em Paris eu comi uma dúzia de croissants, um crepe em uma banca de
Montmartre e um pão com salsicha nas margens do Sena.
Correr
meia maratona vira brincadeira de criança diante do programa de uma excursão.
Vejam o que fiz em dois dias e meio, que loucura:
O
passeio da Paris iluminada, que tivemos a sorte de pegar uma guia culta, a
Violeta, de humor inteligente e de voz macia que tornou o passeio bem
agradável. Vimos a Torre Eiffel ascender e piscar às 22hs e isso fez valer a
pena todas as horas de ônibus de Madri até lá.
Fomos
ao Louvre e acredito que vimos 1% do acervo do museu, numa prova de gincana:
primeiro os aposentos dos reis, com lustres, tapeçarias e móveis de tirar o
fôlego, uma passadinha nas antiguidades gregas e romanas, entre elas a Vênus de
Milo e a Vitória de Samotrácia, alguns objetos de arte como as coroas usadas
por Luís XV e Napoleão e a sensação, a super star do lugar, a Mona Lisa. E só,
eu saia olhando para todos os quadros correndo atrás do guia como quem raspa a
panela do brigadeiro que não pôde comer.
Fora
isso um city tour por todos os lugares que vocês estão cansados de saber, com
direito a batida do ônibus em que estávamos, com confusão de polícia e
ambulância porque o motorista parisiense ficou muito nervosos mesmo a culpa
sendo todinha dele.
Mais
Palácio de Versailles, Notre-Dame, Montmartre e Sacre Coeur, Moulin Rouge,
Galeria Lafayette, Champs-Elysées, andar de metrô pra lá e pra cá, de ônibus, a
pé, de taxi, de taxi-bicicleta e de Bateau Mouche, às nove da noite, num frio
danado.
Diga
aí? Malhar pra quê? Já perdi dois quilos neste perna tour. Na primeira noite
que cheguei estava mais cansada do que que quando fiz o circuito Dodô e o Osmar
atrás do Chiclete no mesmo dia. Dormi sem banho, em homenagem aos franceses e
acreditem, sem olhar a internet.
Tudo
isso para quê? Para saber o que não fazer nunca mais. Na próxima vez, quero
saber que todos os mais lindos monumentos estão do meu lado mas sem precisar ir
para lá. Ver a Mona Lisa de novo, que eu adorei, só se tiver um desses
ingressos VIPs para visitar o museu com pouquíssimas pessoas às 2h da manhã. É,
eu soube que existe isso. E aí só cafés, lojas e bistrôs, passeios
despretensiosos pelo Sena e deixar a torre Eiffel se mostrar para mim, sem ter
que correr atrás dela. As histórias dos reis, de quem foi marido de fulana ou
tio de ciclano, só em doses homeopáticas, em conversas triviais, jamais
empurradas goela a baixo por um guia. Espero que essa maratona que vivi tenha
sido apenas um ritual de iniciação para uma história de amor. E que eu esteja
muito mais encantada e menos cansada na próxima vez que disser à Paris Au revoir.
Oi Valéria, Não tive tempo de postar minhas observações sobre os seus mais recente escritos, mas devo lhe dizer que estou viajandooooooooooo junto com você! Bom demais viu!!!
ResponderExcluirQuem éééé????????
ResponderExcluirQuem? Eu, Lourdinha!
ResponderExcluirSeu último parágrafo resume tudo o que eu penso sobre viagens. Muito bom!
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