Voyager
c’est prendre un chemin sans jamais savoir où on va”. Viajar é tomar um caminho
sem saber aonde ele vai nos levar.
Uma
excursão nos promete chegar em vários lugares. Os guias tem as suas metas e vão
ticando cada parada do roteiro como uma missão cumprida, um alívio. Só que o
que há de melhor em uma viagem é o que está fora do programa, as escapadas, o
que não sai nas fotos e o que é mais difícil descrever.
A
Torre Eiffel que ascendeu no momento exato em que passamos por ela na parte de
cima do Bateau Mouche, a missa que acontecia em Notre Damme acompanhada de uma
cantora lírica e do som daquele órgão maravilhoso, enorme. O pastél de Belém
quentinho se quebrando na boca, a corridinha às margens do rio Tejo. O tom de
azul intenso do mar de Capri, a minha mãe tocando acordeon em uma mesa na rua
de um restaurante em Roma e o bate papo com ela enquanto pintava, sem cerimônia
nenhuma, as unhas com o esmalte de amostra no duty free do ferry boat no Canal
da Mancha.
Perder o telefone foi ruim, mas foi maravilhoso desconectar. Estar cem por cento presente para ver as paisagens bávaras, dos vinhedos, das oliveiras e das fazendas na estrada.
Perder o telefone foi ruim, mas foi maravilhoso desconectar. Estar cem por cento presente para ver as paisagens bávaras, dos vinhedos, das oliveiras e das fazendas na estrada.
Amei
as histórias que ouvi. A minha mãe me contou e recontou várias, cada colega do
grupo tinha uma, eu adoro ouvir. A Zezé, a guia, me disse que quando ela nasceu
os seus pais já tinham dezessete anos de casados sem conseguir engravidar e por
isso fizeram uma grande festa de batizado. O seu pai comprou caixas de vinho
para a ocasião e guardou uma para o seu casamento. E bem mais tarde, depois do
casamento ela se lembrou disso e foi atrás da garrafa. E o que viu? O nome do
vinho era igual ao sobrenome do seu marido, Vergara.
Eu
já sabia sobre as cidades mas agora eu posso ter a minha versão sobre elas.
Madri é solar e descontraída, Paris é linda e mimada, Londres é sisuda e
elegante, Amsterdã é liberal, Roma é imponente e Portugal é familiar.
Esta
viagem não passou de um menu degustação. Matei o desejo inicial e dei lugar a
vários outros. Viajar é algo que se aprende, para as viagens começarem a dar
certo é preciso treinar muito. É como na vida. Ao nos tornarmos mais seguros e
antenados para o que realmente interessa, podemos curtir além do programado e
aproveitar os caminhos e as
suas surpresas, que são tão ou mais interessantes do que as chegadas.
Muito bom!!!
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