Homo-
sapiens felizes!
Eu sou fã da diversidade. A
unanimidade enjoa, bons são os pensamentos diferentes vindos de gente de outros
mundos, com outras experiências e modos de ver a vida. Produtivas são as
equipes mistas, formadas por homens, mulheres, gays, de regiões, religiões e
idades diferentes que vêm de áreas diversas. Me considero uma criatura que
passeia bem por várias tribos. Tenho amigos de todos os tipos e adoro todos!
Pois bem, era carnaval e estava euzinha em um camarote bacana , conhecido por ter uma proposta inovadora e pelo mix de pessoas que o frequenta, quando encontro uma querida que já embalada por vários whiskies e pelo clima de Momo fez a maior festa:
"- Ô Valerinhaaa!!!! Coisinha linda, muito fofa, que bom te ver!!!" Até apertou as minhas bochechas, juro. Me arrastou para me apresentar para as suas amigas e lá dobrou:
"- Essa é Valerinha, uma linda, uma fofa, cuti cuti..." Na hora me lembrei das minhas filhas e jurei nunca mais fazer isso com elas. Sem graça estava e só piorei. Olhei para cada uma e as cumprimentei sacudindo a cabeça e sorrindo.
Daí uma delas me olha de forma circunspecta. Desce o olhar, sobe, só faltou pedir para eu dar uma voltinha. Me senti, na melhor das hipóteses, - avaliada-. E ela faz uma pergunta em alto e em bom tom, séria: - "Ela evolui?"
O que você pensaria? Eu sou doente de "leseira", como se diz aqui na Bahia, as fichas percorreram todo o percurso Av. Sete/Carlos Gomes até cair. Desde pequena as minhas boas respostas só chegam com pelo menos quinze minutos de elaboração.
E essa não foi diferente; enquanto todas esperavam a resposta, eu que não tinha entendido a pergunta, pedi socorro a uma conhecida que também estava na roda;
- "O que ela quer dizer?" - "Ela está perguntando se você gosta de mulher!"
Ahhh!!.... Engana-se quem pensa que a resposta ficou mais fácil. Acho que por eu ser a única representante de uma minoria naquele contexto, respondi, sem jeito, como deu: "- Não, e acho que ainda não vai ser nesta vida."
Ninguém riu e acho que ninguém gostou. Logo puxaram outro assunto. Eu voltei para onde estava o meu irmão como quem atravessa uma ponte entre dois mundos.
De um lado, ele com seus conceitos e preconceitos. De outro, milhares de casais gays curtindo o carnaval e alguns também demonstrando... preconceito.
Quer dizer que eu só evoluo se eu namorar com mulher? Sou então um raro exemplar dos nossos longínquos ancestrais, uma das últimas espécies humanas da idade da pedra, talvez uma macaca?
Tenho que provar o que eu não quero para ser "cool", já estando no final da ladeira dos trinta? Não dá. Provaria e provarei tudo que eu quiser no dia que meu instinto mandar, meu coração sentir e meu juízo concordar. Afinal não foi fácil conseguir um. Aí sim, está valendo; serei ousada simplesmente por ser... Legítima!
Que tal gostar de mim como sou? Começar a perceber o encanto de cada um em ser único e diferente? Alô meu povo, vamos aprender a compartilhar o planeta! Tirar proveito das amizades de todas as cores e respeitar todas as tribos! Aí sim, quando conseguirmos isso, poderemos de verdade começar a nos considerar EVOLUÍDOS.
Pois bem, era carnaval e estava euzinha em um camarote bacana , conhecido por ter uma proposta inovadora e pelo mix de pessoas que o frequenta, quando encontro uma querida que já embalada por vários whiskies e pelo clima de Momo fez a maior festa:
"- Ô Valerinhaaa!!!! Coisinha linda, muito fofa, que bom te ver!!!" Até apertou as minhas bochechas, juro. Me arrastou para me apresentar para as suas amigas e lá dobrou:
"- Essa é Valerinha, uma linda, uma fofa, cuti cuti..." Na hora me lembrei das minhas filhas e jurei nunca mais fazer isso com elas. Sem graça estava e só piorei. Olhei para cada uma e as cumprimentei sacudindo a cabeça e sorrindo.
Daí uma delas me olha de forma circunspecta. Desce o olhar, sobe, só faltou pedir para eu dar uma voltinha. Me senti, na melhor das hipóteses, - avaliada-. E ela faz uma pergunta em alto e em bom tom, séria: - "Ela evolui?"
O que você pensaria? Eu sou doente de "leseira", como se diz aqui na Bahia, as fichas percorreram todo o percurso Av. Sete/Carlos Gomes até cair. Desde pequena as minhas boas respostas só chegam com pelo menos quinze minutos de elaboração.
E essa não foi diferente; enquanto todas esperavam a resposta, eu que não tinha entendido a pergunta, pedi socorro a uma conhecida que também estava na roda;
- "O que ela quer dizer?" - "Ela está perguntando se você gosta de mulher!"
Ahhh!!.... Engana-se quem pensa que a resposta ficou mais fácil. Acho que por eu ser a única representante de uma minoria naquele contexto, respondi, sem jeito, como deu: "- Não, e acho que ainda não vai ser nesta vida."
Ninguém riu e acho que ninguém gostou. Logo puxaram outro assunto. Eu voltei para onde estava o meu irmão como quem atravessa uma ponte entre dois mundos.
De um lado, ele com seus conceitos e preconceitos. De outro, milhares de casais gays curtindo o carnaval e alguns também demonstrando... preconceito.
Quer dizer que eu só evoluo se eu namorar com mulher? Sou então um raro exemplar dos nossos longínquos ancestrais, uma das últimas espécies humanas da idade da pedra, talvez uma macaca?
Tenho que provar o que eu não quero para ser "cool", já estando no final da ladeira dos trinta? Não dá. Provaria e provarei tudo que eu quiser no dia que meu instinto mandar, meu coração sentir e meu juízo concordar. Afinal não foi fácil conseguir um. Aí sim, está valendo; serei ousada simplesmente por ser... Legítima!
Que tal gostar de mim como sou? Começar a perceber o encanto de cada um em ser único e diferente? Alô meu povo, vamos aprender a compartilhar o planeta! Tirar proveito das amizades de todas as cores e respeitar todas as tribos! Aí sim, quando conseguirmos isso, poderemos de verdade começar a nos considerar EVOLUÍDOS.