23 junho 2011

Em vilegiatura

A quem possa interessar
Resolvi dar um sinal de vida.
Para isso primeiro tive que subir um morro pra achar um sinal pro celular.
So para dizer que encontro-me em estado de vilegiatura.
Tambem nao fazia a menor ideia do que eh isso
Ate que a sabia tia Leu me disse:
Quer dizer que estou apreciando a vida no campo.
E como estou!
Ha dias so descanso e aproveito a paz.
O dia rende aqui.
Ja estah tudo enfeitado de bandeirolas e flores de papel crepon.
Ja fizemos quentao, amendoim, os assados estao todos temperados.
O pote de barro esta cheio de doces e brinquedos.
A familia quase toda ja chegou.
O irmao avisou que estava chegando ontem soltando bombas e foguetes.
Da primeira eu sabia que era ele.
A mae tocou as musicas mais lindas do mundo no acordeon.
Enquanto conversamos 500 metros de prosa.
Ontem teve ate concurso;
Da crianca mais suja.
A minha caculinha tirou segundo lugar.
Orgulho da mamae, rs.
Pois eh, eu adorei saber o nome
Disso tudo que eu adoro fazer desde que me entendo por gente.
Aproveitar o que ha de mais espetacular no mundo;
A simplicidade.

E viva Sao Joao!!!!!

20 junho 2011

Decidiiiiiiiiiiiiii!!!!!!!!!!!!

Ai que alívio!!!!
Menos 640 quilos de preocupação
Uma eu vezes dez, rs
Não foi fácil, muitas noites acordada,
Parecia que a minha balança estava com defeito.
Precisei de várias consultas importantes,
Mãe, Tias Incríveis, Irmão, primos e amigos do peito.
A última acabou de acontecer, com o filho e o pai dele.
E resolvemos:
Vamos pagar o alto preço. 
Mas vamos.
A IF volta para a California
Com toda a sua prole
E com o au.
Ainda temos muito o que aprender.
Com a benção de Deus tudo vai dar certo.
Family, we're coming back!!!!!
I'M HAPPYYYYY!!!!!!!!!!!



17 junho 2011

Mesmo assim


Ontem os primos chegaram. A Debbie, o seu marido Steve e a sobrinha Stephanie.
O Erik, seu filho, já está aqui há quatro meses, veio para passar um semestre e conhecer a nossa cultura, conviver com a família e aprender a falar português (sim, isso é importante para eles).

Saímos de manhãzinha do aeroporto e pegamos ¨aquele¨engarrafamento para casa. Tentamos ir pela orla e estava pior. O Steve que pisa no Brasil pela primeira vez, olhava para tudo muito interessado. A primeira coisa que notou desde a chegada do avião foram as casinhas pobres e amontoadas.

Desde a outra vez que vim, notei que Salvador já teve dias muito melhores. Seja pelo período pós-chuva, pela ausência do sol que colore e ilumina tudo ou pela incompetência dos dirigentes que nós elegemos e pior, re-elegemos, não é fácil mostrar a nossa cidade para um turista. Principalmente pelo tamanho das expectativas, fomentadas pela propaganda das olimpíadas, da copa do mundo e tenho que confessar, por mim.

É muito duro para uma cidadã baiana apaixonada pagante de todos os impostos ver que o crescimento econômico do Brasil ainda está longe de se refletir no nosso cotidiano, em questões como  infra-estrutura, limpeza e segurança. 

Durante o passeio da tarde procurei mostrá-los as ruas mais bonitas, os nossos bons restaurantes, os pontos turísticos famosos e a nossa linda arquitetura. Chamei a atenção para como o nosso verde é tão verde, o azul do mar é tão azul, a música é boa, as frutas são doces e as pessoas são alegres.

Meu big cousin Steve perguntou se poderia abrir o vidro para tirar fotos no caminho. Eu disse: Poder você pode, mas não deve. Bem tristinha por dentro.

Houve um momento em que ele comentou sobre o grande número de cachorros na rua. O filho então falou: - E o que é interessante é que eles olham para um lado e para o outro antes de atravessar. Lá (US) vemos poucos cães soltos, mas eles sempre morrem atropelados.

- Eles são como a nossa gente. - pensei alto. E ele disse:
Mais inteligentes?
Não. Mais espertos, preparados para lidar com a vida que tem. 

Eu sei, também achei péssimo nos comparar a vira-latas. Mas foi o que saiu, é como estou me sentindo. Cada vez mais alerta, desviando do lixo e dos buracos, driblando os perigos, escolhendo o melhor caminho para não ser assaltada e o melhor momento para não pegar um enorme engarrafamento. E o pior, meio adormecida neste estado, conformada, sem nada fazer para transformá-lo.

No final do dia eles me abraçaram e me agradeceram muito o passeio. Disseram que amaram. Acho que foi uma pequena demonstração do que nós sentimos. Consegue-se perceber nas entrelinhas uma energia extraordinária que não há em lugar nenhum. Um calor humano Incrível. Fora a quantidade de recursos naturais e possibilidades que temos nas mãos. E tudo o mais que nos faz amar isso aqui, mesmo assim.



15 junho 2011

Epitáfio de uma gata


A primeira coisa que quero dizer
É que eu não estou aqui.
Para me visitar você poderia ter ficado em casa,
Perto do mar ou de uma árvore bem frondosa.
Bastaria lembrar de algum momento bom que vivemos juntos.
Pensar;
Que eu vivi sete vidas em uma,
Intensamente.
Que fiz tudo o que quis,
Estive em lugares lindos,
Realizei os meus maiores sonhos.
Nasci na melhor família,
Tive os melhores amigos,
Fui a mãe mais feliz de todas.
Ri mil toneladas de risos,
Chorei um rio de emoções.
Amei e fui muito bem amada.
E saí desta escola melhor do que cheguei.
Saiba que Deus e a sua equipe que me protegeu durante todo o tempo em que estive aqui
Está mais perto agora.
Não fui nem um minuto antes da hora.
A missão foi cumprida.
Tive três filhos, plantei trinta árvores e escrevi trezentas histórias.
Segui sempre o meu coração.
Se quiser chorar tudo bem, mas me prometa
Que vai sorrir no final.
Porque comigo sempre foi assim.

Com o amor de sempre,
Val.

14 junho 2011

A, B, C e D em uma noite de namorados


Mês de junho em Salvador, sábado a noite, véspera do dia dos namorados. Claudia espera a chuva passar um pouco para ir buscar as duas amigas para saírem.
Uma delas é a Ana, a mais romântica. Enquanto se arrumava, por uns instantes ela se esqueceu do objetivo consumista da data e levou a coisa para o lado pessoal, bem na hora de escovar os cabelos. De repente a escova embolou-se e ela quase morreu de raiva por ter que desembaraçar o nó imenso e por ter que passar mais uma noite dos namorados solteira.
A outra é a Denise, a zen. Ela é jornalista, é a única que não tem filhos, que vive seguindo a corrente da vida, como ela mesma diz. A Ana a acha meio maluca, viajante demais, mas sai com ela já que a maioria de suas amigas está casada.
Escolhem ir para o Rio Vermelho, o bairro boêmio e alternativo da cidade, onde é possível encontrar pessoas de várias tribos e idades. Elas, que estão na faixa dos quarenta, não querem mais se arriscar a ir para um bar da moda e só encontrar a garotada que acabou de sair da adolescência.
Escolheram um barzinho tradicional e conhecido. Dão a sorte de encontrar uma mesa, bem no meio, na passagem para o banheiro. Ana que é, ou já foi, ou faz o tipo de uma moça comportada do interior sente-se desconfortável. Pede pra garçonete avisá-la assim que vagar uma perto da parede "pra não ficar muito exposta".
Enquanto isso, Denise coloca os pés na base da cadeira de Claudia, pede as bebidas e começa a cantarolar a música da Maria Rita que estava tocando.
A Claudia é da cidade, bem descolada, viajada e independente, acha a Ana até meio cafona, mas deixa pra lá. Mal se senta e já dá uma olhada 360° pra ver se tem gente conhecida. E sempre têm, ela conhece todo mundo. Bate a mão pra um, dá um sorrisinho pra outro até que uma levanta-se e vem ao seu encontro.
É a Beth, sua amiga há pouco tempo. Uma mulher elegante, da mesma faixa de idade, que trabalha muito, separada e com dois filhos que já são casados. Ela apresenta a Beth às amigas. A Beth sorri rapidamente para todas e a Claudia diz: -Oi Beth! Que bom te ver! Está bonita!
B- Bom também te ver Claudinha. 
C- Como você está? Legal aqui né?
B- Menina, é legal... Isso aqui... - E muda bruscamente o tom: -  Mas sabe desde que horas eu estou aqui? Desde às três da tarde, eu já deveria ter ido, mas não tenho o que fazer em casa...
Claudia a interrompe: - Quer sentar? - Olhando pro lado pra ver se achava uma cadeira. A Denise e a Ana também procuram, pois mesmo sem conhecê-la, sentiram vontade de saber mais sobre ela. As bebidas chegam e todas tomam um gole.
B- Não obrigada, eu tenho que voltar pra minha mesa. Eu não vou pra casa porque não estou gostando de ficar lá. Não quero ir. Pra quê? Pra assistir sozinha os mesmos filmes na TV, tomar remédio e ir dormir? As outras três olham cada vez mais interessadas. A Beth continua; - Quando eu sinto isso sabe o que eu faço? Eu tomo um whisky. Aí quando eu me dou conta eu já tomei dez! Vou para o Facebook e escrevo um monte de coisas. Escrevo até cansar e vou dormir.
Denise se controla para não rir do jeito espontâneo e quase cômico em que a Beth relata o seu drama.

E a Beth segue; - Até que no dia seguinte os amigos começam a ligar querendo saber como estou. E eu já nem me lembro mais o que foi que eu escrevi.
Denise não aguenta e ri. Beth percebe e não se importa, pelo contrário:
B- Você sabe que este bar aqui é o bar da paquera do momento. Tem de tudo aqui, homem velho, homem novo, homem bom! Mas é homem bom, bom mesmo!
Ana puxa a cadeira um pouco mais pra frente.
B- Então outro dia eu encontrei um MA-RA-VI-LHO-SO, pense num homem bom. Pensou? Ana balança a cabeça afirmativamente rapidinho. - 37 anos, solteiro, bom papo, bonito, bom de tudo, sabe? - Olha para Ana pra vê-la concordar de novo. - Saímos e então passei quinze dias com ele, uma maravilha, aquele homem bom, tudo certo, ótimo, maior love, sintonia em tudo... Daí sabe o que aconteceu? Ana agora balança negativamente e mais devagar. - O homem SU-MIU! Do nada!!!!! E nem me pergunte que eu não tenho a menor ideia por que foi. Ana toma um golão de vodca.
Claudia diz: - Mas é isso Betinha, é que esses sujeitos não sabem nem reconhecer quando encontram uma mulher de valor....
Beth interrompe: - E eu, como não sou uma vadia, que no dia seguinte sai procurando outro, sabe o que faço? Sabe Cau, o que acontece? Claudia levanta a sobrancelha esquerda e espera.
B- Eu me fecho. Vou ficando cada vez mais desacreditada. Ana toma o resto do drink todo de vez. E a Beth segue: - Eu já estou até pensando em procurar uma mulher.
Denise pede mais uma bebida pra cada, o negócio estava ficando bom. As três entreolham-se e lembram-se que esse é um assunto recorrente, Denise até escreveu uma crônica sobre isso.
B- Porque eu não aguento mais a solidão. Muito além de um homem, o que estou precisando é de carinho. Ana recosta-se na cadeira. Denise digita a frase no celular. Claudia tenta convencer a Beth a se sentar, mas esta diz que vai ao banheiro primeiro. Na volta, passa direto em direção à saída do bar, esquece até de dizer tchau.
As três permanecem sentadas e por segundos congelam-se em expressões diferentes. A Claudia pensa que a ideia da mulher não é tão ruim assim. A Ana olha para fora, vê a chuva e morre de inveja de quem está em casa abraçada com um namorado e a Denise acha tudo fantástico e rebobina mentalmente os detalhes da história pra não esquecer. Nesse instante chega a segunda rodada de bebidas, Denise olha para as outras duas e puxa um brinde:
A todas as possibilidades de interpretações dos papéis no grande espetáculo da vida! 
Claudia abre o seu sorriso largo e a Ana mesmo sem entender muito bem, ergue o copo. Estava pensando em retocar o batom mas deixa para depois.
Tin tin!  

Alô alô testando...


Não sei quem está mais perdido, se é o bloguito ou a sua IF autora.
Não sabemos mais de onde somos, o que fazemos ou o que dizer. 
No entanto a minha vontade de escrever não diminui. 
Tive então uma ideia para esses tempos birutas; 
A de escrever umas histórias que já presenciei, sonhei ou ouvi contar por aí.
Elas podem variar do grau verídicas - para aumentadas - até inventadas. 
Algumas alegres e outras nem tanto. 
Sem jamais revelar o nome dos santos, claro. 
Vocês podem chutar, imaginar, tentar adivinhar, fiquem a vontade.
É um teste.
Se vocês gostarem eu continuo. 

13 junho 2011

- Você conhece a sua família?


Somente aos 35 anos, em um dos meus surtos de ansiedade para movimentar a vida, resolvi mudar de continente para conviver com um galho da minha árvore genealógica que eu pouquíssimo conhecia; uma tia e vários primos da California.

Essa possibilidade surgiu porque o meu avô, há muito tempo atrás, resolveu separar a filha de um pretendente indesejado por ele e favorito por ela e a mandou para os EUA por um tempo. Só que ela gostou dos States do dia em que chegou e por lá ficou, casou-se com um militar e teve quatro filhos.

Esta ra uma das suas cinco filhas. A Tia Loy vinha mais ou menos de cinco em cinco anos ao Brasil e eu sempre a admirei por ser bonita, alegre, vaidosa, cheirosa e por sempre trazer uma mala enorme com presentes. E só. Convivi de perto com as outras três tias mas dela eu pouco sabia. Menos ainda dos primos.

Acho que a primeira vez que falei no telefone com ela foi pra dizer que estava indo. Assim de repente, peguei todos de surpresa, tive uma série de motivos ao tempo que nenhuma razão concreta para ir parar lá.

A sensação era esquisita, éramos do mesmo sangue e nada sabíamos, pois até aquele momento poderia contar nos dedos os dias que passamos juntos em toda a vida. E dois dos quatro primos eu não conhecia até então.

Superando todas as expectativas que já eram boas, a identificação foi imediata, o olhar delas me fez saber no arrear das malas que tudo valeria a pena. Estavam radiantes por finalmente terem primos e uma tia por perto, pois eles cresceram sozinhos!

E a partir daí construímos em um ano uma nova família em nós. Passamos por todas as estações, pelos nossos aniversários, Natal e a Páscoa, no Thanksgiving não tínhamos nada melhor para agradecer do que termos um ao outro. Pudemos contar com calma e às vezes com algumas taças de vinho sobre as grandes conquistas e as dores dos nossos caminhos. Passamos por vários de momentos de alegria e alguns de agonia, sempre juntos, sempre prontos para ajudar só porque éramos família.

Com os seus casamentos as primas americanas me mostraram que é possível crescer junto com alguém e reinventar namoros por 25, 30 anos e por toda a eternidade quando existe amor. Foi com um amor verdadeiro fundamentado na palavra de Deus que elas construíram as suas famílias. Recebi aulas práticas intensivas sobre este amor.

Nesse período tive a grande oportunidade de ouvir histórias para adultos da minha Tia Loy. Histórias sobre meus avós, sobre outra época, sobre a vida de uma imigrante, sobre os seus erros e acertos e sobre o seu grande amor proibido.  

Estas histórias me enriqueceram e espero um dia poder colocá-las no papel com a emoção que merecem.

Durante este ano recebemos várias pessoas da família do Brasil e agora estamos aqui prontos para recebermos os de lá. A Didi, a prima que até o ano passado não conhecia, disse que eu servi como uma ponte. Precisa nem dizer do quanto fiquei honrada com esta missão.

A Sandy disse que eu cheguei como uma estranha e saí como uma irmã. Verdade. Eu pude realmente experimentar deste previlégio e não quero perdê-lo nunca.

A Debbie foi um dia pra LA fazer um passeio com o marido e no meio do restaurante começou a chorar inexplicavelmente ininterruptamente. Era saudade.

Estou lembrando disso e me sentindo homesick. Em casa! Por isso que quando dizem aqui “Mas você não sentia falta da família?” Eu digo sim, sim... mas logo emendo com “Mas minha família também está lá!...”

Resultado: Estou perdida. E mais encontrada do que nunca. Porque agora me sinto extra completa. Ganhei um aditivo inesperado, um plus, uma overdose de suporte e carinho.

E resolvi escrever tudo isso queridinhos, para dividir mais um aprendizado e fazer uma pergunta para vocês:

- Você conhece toda a sua família?

Aquele tio do interior, o irmão que se mudou faz tempo, a prima que mora em outro país?

Não perca tempo. Ganhe em volume de amor o quanto antes. Você vai se surpreender com o que as pessoas tem a oferecer quanto a gente chega com boas intenções e de coração aberto. Posso dizer que hoje sou muito mais feliz do que antes e que, com quatro dias de chegada, já estou contando os dias estar com a minha família da América novamente.


Dear Val,
From the first day you entered our lives, you have made it brighter, happier, and definitely more fun! You and the children are a permanent part of our family now! 
I wish you many blessings on your journey and I want you to know that I will miss you, your smile, your joy, your beauty. Please come back soon.                  
                                                                                                                        Sandy

Este foi um dos lindos cartões que recebi, o que lia enquanto deixava Palmdale. 
O considero fruto de uma boa semente bem plantada em terreno fértil.

09 junho 2011

Não, não é uma bomba! É uma viagem IF...


Peço alguns minutinhos para descrever a saga da IF da casa dos States até a casa do Brasil:


Segunda:
Primeira trapalhada do dia: Chegam Debbie e os dois rapazes para ajudar, vamos alugar o caminhão para depois irmos ao depósito. Paro em um drive-thru pra comprar café da manhã para todos. Acreditem se puderem; enquanto esperava o lanche e conversava com a prima, brincava inocentemente com o cartão de crédito no vidro (que estava aberto) da porta do carro até que... caiu, lógico. Dentro da porta!!! O meu único cartão americano, com milhares de coisas pra pagar no início de um dia de mudança e viagem! Eu e Debbie começamos a rir de nervoso. Parada na concessionária onde conseguiram tirá-lo de lá, a troca apenas de alguns sorrisos e pedisos quase chorosos de pleeeaseee!!!

Mudança: Como os meninos eram muito novos tive que cair pra dentro; ajudei a carregar e a pensar na melhor forma de encaixar tudo para caber no depositozinho que aluguei. Enquanto isso, no meio da loucura do cata, lava e embala de qualquer jeito na última hora, eis que surge a filha mole e febril. Deu trabalho para achar um tylenol na bagunça e cama a estas alturas, nem pensar!

Despedida: Tia e primos amados chegam para o último abraço destes tempos: Sentamos no chão, comemos um resto de pizza fria, passo pagamentos finais e deixo a casa bem mais bagunçada do que gostaria. Mas com toda a limpeza paga e agendada e a certeza que tudo vai ficar bem com a ajuda da família Incrível.

Shuttle: A van chega na hora exata, 6:30 pm. Colocamos as oito malas, uma guitarra e a casa do Au, fora as malinhas de mão. Saio lendo o cartão lindo de Sandy e olhando a querida cidade de Palmdale ser deixada para trás.

Hotel em Los Angeles: Após 15 minutos da chegada, tive conhecimento que o filho esqueceu o seu ipod na van. O PIF estava me esperando lá. A intenção dele era de me ajudar com a bagagem e nos despedirmos. Mas tadinho, não tivemos nem chance, entre as ligações para uma tentativa de recuperação do ipod, alimentação e cuidados com as crianças e uma última arrumação da bagagem. Passo a noite em claro com a filha queimando de febre e dor de garganta.

Terça:
LAX: Vamos todos pro aeroporto às 7:30. Tentativa de fazer upgrade nas passagens negada, tentativa de levar Anika dentro da cabine negada. Dou um remédio de dormir e água pra bichinha, coloco na grade e vou para o portão. O PIF nos acompanha até o último segundo, dessas coisas a gente não esquece. : )

Cena de filme: Estávamos naquela fila da esteira de segurança, tirando os nossos pertences, quando de repente a pequena começa a sentir uma dor de barriga forte e dá o sinal que vai vomitar. Pego correndo a caixa plástica branca, tiro o sapato de dentro e dou pra ela. Alí! Vou passar no raio x com a caixa na mão e o segurança fala:
 - A caixa é lá. - apontando para a esteira.
- Eu sei, é que a minha filha vomitou... - toda murcha.
Ele faz uma cara de susto e diz ok pra eu passar.
Quando eu passo vem uma outra segurança questinonar a mesma coisa. Quando eu falo ela diz:
- Ugh! Com careta.
Daí vem um terceiro pra saber o que é e quando eu repito ele diz:
- Ok, não tem problema, me dê isso e vá cuidar dela. E pegou a caixa da minha mão.
Fiquei pensando que poderia ser o contrário, acho que aquela xibunga não é dotada de nem uma colher de chá de instinto materno.


Come on!: Paramos para comprar remédios e lanches e fomos para o portão de embarque. Vou procurar o remédio que estava na mala trazida pela filha dodói, que tadinha, não aguentou puxá-la e simplesmente a deixou na primeira ladeirinha do caminho. Saio correndo e de longe eu a vejo cercada de seguranças (outros) falando em walk talks. Estavam achando que era uma bomba. Expliquei: não gente, não é uma bomba, eu não sou uma terrorista e aqui dentro só tem comida e casacos, ok? Saindo de fininho... OMG!

Parada não programada em Dallas: Isso, e com atraso. Era pra ser um vôo direto para Miami. Passamos duas horas dentro de um avião em terra. Estava aflita pensando no Au e com medo de perder o vôo de Miami.

Miami, enfim: Estavam nos esperando, encontrei a priminha no avião. Tudo certo, finalmente voamos para casa. Assim, certo vírgula, a filha ainda com febrão, tomando remédio e sem querer comer nehuma das opções horrorosas que foram servidas. E eu me contorcendo no meio deles para achar uma posição em que eles pudessem se acomodar e dormir. Teve uma hora em que eu desisti e fiquei em pé pra deixar mais espaço. Aproveitei pra alongar, rs. Quando me cansei sentei em um lugar vazio do lado de um homem gordo dormindo. Espremida e quieta pra ele não acordar e tomar um susto de me ver alí.

Quarta:
Chegamos!!! Eu, os filhos, a prima e o cachorro. E só. Nenhuma mala, NENHUMAAAA! Quem aí já ouviu falar do caso de uma pessoa ter oito malas extraviadas???? Por isso que não me canso de dizer: Você aí, caso deseje reduzir um volume considerável na carga dos seus pecados...

- VIAJE NA CLASSE ECONÔMICA DA AMERICAN AIRLINES!!!! 

Esse era o meu último crédito (se é que posso chamá-lo assim) NUNCA MAIS!!!!!
Palavra de IF.

Até o momento (quinta de tarde) eles não sabem me dar uma posição. Mas está tudo bem. Filhinha melhor e eu feliz da vida pelo simples fato de poder dormir na posição horizontal. Pensando que no futuro há de haver um jeito mais fácil de atravessar do lado direito do meu coração - California - para o lado esquerdo - Brasil. 



06 junho 2011

Mudança!




Imagine uma corrida louca para empacotar tudo de uma casa e de quatro pessoas em contagem regressiva em cima da hora de viajar.

Quem se lembra do post "Qualé o tamanho da sua mala?"

http://aincrivelfalivel.blogspot.com/2010/10/qual-e-o-tamanho-da-sua-mala.html

Um bom exemplo IF do "Faça o que eu digo e não faça o que eu faço." Não tenho a menor idéia de como as coisas se mutiplicaram desse jeito. Em outra oportunidade vou desenvolver uma teoria sobre a reprodução desenfreada das tralhas de quatro consumistas baianos nos States.

Uma maratona de seleção e arrumação que fomentou milhares de pensamentos. Momento torturante desequilibrante para mim, o de pensar, querer e não poder escrever.

Falando nisso, matutei muito no que meu irmão me disse esses dias, que não podemos nos expor na internet, principalmente para dizer aonde vamos, colocar fotos e informações da vida pessoal. Eu já tinha até esquecido. E agora? Eu não sei mais. Retroceder, voltar para a Violeta? Que coisa... Escrever o que vem no coração é bem mais fácil!. Que preço caro a pagar hein? A minha liberdade Incrível...

Mas vou tentar encontrar uma forma, afinal eu sou uma criatura adaptável, ajustável e flexível, movida a desafios. Hahahahh... E vocês já sabem que eu falo isso para ver se eu acredito, rs.

Hoje fechei as cortinas no último pôr do sol nessa casa. Lembrando do dia que chegamos aqui, aquela alegria, de como compartilhamos nela momentos maravilhosos e intensos, mas que como tudo na vida, tem o dia de terminar.

Fui contar as vezes que me mudei. Não muito, Palmdale é a minha terceira cidade.
Me lembrei que já mudei de apartamentinho para apartamentão e de apartamento chic para apartamento simples muito feliz da vida.

Porque a perspectiva de um recomeço é sempre bem vinda. Adoro jogar um monte de coisa fora, dar um monte, ficar mais leve, colocar meus enfeites e pendurar as minhas roupinhas em um ambiente novo. Daí ao invés de pensar na a tristeza do fim de um ciclo eu foco na alegria do início de outro. Nos prós, nas novas possibilidades, no que está por vir.

Que venha então a nova fase! Como sempre não tenho a menor idéia no que vai dar mas confio em Deus e no futuro. As malas (oito, imensas + cachorro) estão prontas, com a mente e o coração abertos. Seja para ficar lá ou voltar para aqui, eu vou escolher a opção de ser feliz.

02 junho 2011

Não sei ainda o quê, mas há de dar certo!

                                                                                                             
                                                                                Para Marina e Mônica.


Estas duas queridinhas me fizeram uma encomenda inquietante, destas que não deixam pedra sobre pedra no juízo da IF:

Marina- Por favor fale um pouco sobre a sua ansiedade, se é que há alguma em relação a sua auto-realização a médio, longo prazo, planos para o futuro... Como você imagina a sua vida daqui a 10 anos.
Alguma outra aventura incrível em mente, como esta temporada nos states?

Monika- Que tal escrever sobre: o retorno! Suas expectativas, ansiedades, reencontros, planos...

Há dias penso, até saiu fumaça, tudo para ver se trazia uma resposta Incrível e inspiradora. E nada. Eu ainda não sei onde vou estar daqui há três meses, quem dirá daqui há dez anos.

Estava tudo certo para voltar para cá e ficar mais um tempo. Até comprei as passagens. Daí o filho disse que não quer mais morar aqui. Então eu decidi voltar pro Brasil. Só que não encontrei vagas nas antigas escolas. E por fim, meu irmão diz que nossos conhecidos problemas como a violência só tem aumentado. :(

Os filhos são as principais razões de tudo. Seja o que for que eu decidir, vou estar pensando neles primeiro. O que já não é fácil, conciliar um caminho para três pessoas com idades e interesses distintos. E quanto ao meu maior desejo para o futuro com certeza é vê-los saudáveis, felizes e seguros.

Mas o que as garotas querem saber é quais serão as próximas aventuras Incríveis! Então atenção que agora eu vou falar de sonhos. Preparem-se porque eu sempre sonho MUITO alto, daí se eu conseguir chegar no meio já está de bom tamanho, rs.
São eles:

Escrever um livro, estudar psicologia ou filosofia, desenvolver um trabalho melhor na área de responsabilidade social, passar um ano em um outro país e...

Voltar a pisar em um palco. Tenho muita saudade do teatro. Outro dia estava pensando em juntar dois em um; ao invés de escrever o livro, escrever a peça e me interpretar. Foi biruta; primeiro eu ri da idéia pois achei que seria possível, depois achei que sim, por que não? Daí eu me encorajei e por último, ao acessar o arquivo de memórias, me lembrei  de uma primeira e última vez que produzi uma peça e senti até calafrio. Foi TÃÃÃO difícil!!!!

Ainda mais porque esse é um sonho que estou sonhando só e sonho que se sonha só é fraquinho.Quero abraçar um sonho pra sonhar junto e assim ganhar poderes Incríveis!

E Ma, sim!!! É o lado bom da ansiedade que me move! Pago um preço caro por ela, mas reconheço que sem a inquietação que ela me provoca não teria chegado nem na metade do meu caminho.


Então o que posso dizer é que não há nada concreto, mas há um mundo infitino de possibilidades abstratas.
Com a benção de Deus uma dessas ou outra há de vingar, basta operar com a fórmula IF:

Paixão + Ética + Criatividade + Dedicação.

Alguém aí tem alguma dúvida?? ;)