01 dezembro 2010

:(




Estou acompanhando o que está acontecendo no Rio de Janeiro com um pesar enorme, assim como vocês.

Aliás, acho que com um pouquinho mais.
De longe damos ainda muito mais valor a tudo que o Rio é e a tudo que ele tem.

E é impossível evitar fazer a sofrida comparação com o país que estou morando ao tomar conhecimento que aqui os cidadãos pagam menos impostos do que a gente, a diferença é que o dinheiro vai para o lugar certo.

Dói muito amar o Brasil nestes momentos. Ver bandido que é polícia, ver palhaço que é deputado e ver crianças no tráfico enquanto rios de dinheiro escoam sem parar para as meias e para as mansões dos pilantras.

Eu tenho filhos que aqui podem morar em uma casa sem condomínio, andar na rua, brincar em um parque público e me esperar no carro enquanto eu vou comprar um leite. Este foi o maior presente. Não tem inglês certo, nem passeios, nada. Como Maslow bem descreveu, é necessidade básica do ser humano: segurança.

Dá medo de voltar. Mas nem de longe sinto-me aliviada  por estar aqui. Incomoda, angustia, perturba. Acho que deveria estar lá fazendo alguma coisa, como aquele passarinho que quer apagar o incêndio carregando água no bico.

Mas... e meus filhos? Preciso protegê-los. Será que consigo sair de mais uma zona de conforto? O coração de mãe manda pensar. Mas se ficar nunca vou estar inteira, nunca vou pertencer a isso aqui, nunca  vou me perdoar.

E quem não tem escolha nenhuma? E está agora com seus filhos no meio do fogo cruzado? Faz o que hein?  E eu posso fazer o que por eles? Pagar os meus impostos? Ok. Todos nós fazemos e parece que isso é muito pouco, uma aguazinha no bico diante do grande desafio de garantir a segurança e a dignidade da nossa gente.

2 comentários:

  1. Realmente é muito triste e revoltante. Temos que, cada vez mais ter muita fé em Deus´para podermos seguir em frente, senão entramos numa paranóia só.

    ResponderExcluir

A INCRÍVEL falível espera ansiosamente por um comentário seu: