Fico pensando nos fatores que fazem esse país funcionar.
As minhas três primas daqui trabalham com
educação. Elas me disseram que o governo americano paga U$350 POR ALUNO POR DIA
na escola. Cabe a instituição administrar esta receita, pagar as
despesas e os professores.
Um professor de ensino médio sem especialização recebe cerca
de U$ 50.000 por ano. Uma das primas que e professora com mestrado em
matemática recebia U$ 72.000 para trabalhar nove meses. Se ela quisesse
trabalhar no summer school, ganhava mais por isso.
Para ser um professor da escola pública é preciso estudar
dois anos a mais pra ter a certificação necessária e geralmente ganha-se mais
nela do que na particular que não exige esta certificação.
Os meus três filhos estão estudando em escola pública, um no
high school e duas no fundamental. Eles não sentiram em nada a diferença de vir
de uma escola particular do Brasil. Perceberam sim que existem crianças bem
mais pobres e bem mais ricas, umas que falam inglês e outras espanhol e mesmo
assim todos se entendem.
A programação da escola é vasta, são vários projetos de
geografia e ciências, desfiles, muito homework, integração com os pais na
escola. Se mandamos um e-mail para um professor, não leva 24 horas para que ele
responda com explicações detalhadas sobre a criança. Se eles acham a pergunta
mais séria, ligam pra conversar ou chamam na escola. Eles tem aula de
computação, ESL (para desenvolver o inglês), artes e esportes.
O esporte é valorizadíssimo, eles não são só cobrados
pela presença e participação mas também pelo desempenho. O meu filho tem que
correr uma milha em 10 minutos. Se ele não conseguir tem que fazer na semana
seguinte uma milha e meia em 15 minutos. Outro dia ele estava me chamando pra
treinar no parque, eu nunca pensei que fosse ouvir essa. Fomos, lógico.
Ele tem também aula de saúde e de discurso. Super útil. A
disciplina aqui também é coisa séria. Todos os dias tem juramento a bandeira e
todos cantam o hino com a maior reverência. Se ele chegar atrasado
três vezes ou deixar de usar o crachá de identificação tem
que prestar serviços para a escola como ajudar a
recolher lixo por uma hora. Não sei nem o que acontece se for coisa
pior, mas eles contam com o total apoio da polícia, sempre vejo um carro por
lá.
A minha mãe que foi diretora de escola pública no Brasil
chega a suspirar. Competente como ela é, se contasse com esta autonomia, estes
recursos e tal estrutura, realmente poderia ser bem mais eficiente como agente
transformadora.
Isso tudo se reflete nas maneiras, as palavras mágicas aqui
saem naturalmente em quase todas as frases, mesmo vindo de crianças muito
pequenas. As pessoas seguram a porta pra você, te deixam passar, obedecem as
regras de trânsito, respeitam seu espaço sempre mantendo uma distância.
Às vezes isso até me parece formal demais, mas é a forma
deles fazerem a coisa funcionar. E estamos aqui para aprender o que há de bom
em tudo isso. No nosso calor humano e em outras tantas vantagens a gente não
mexe.
Já percebo um avanço nas crianças, hoje a minha filha me
agradeceu pelo jantar. Simples, mas antes não acontecia por mais que eu
falasse. Pode ser que isso pegue por osmose. Eu também estou procurando ficar
mais atenta, vai ver que o exemplo melhorou. Pode ser também que ela esteja
valorizando mais o que recebe, já que tudo quem faz aqui é a gente mesmo.
Thanks to
American education and their way of life for that.
Isso que o Brasil precisa,escolas que realmente funciona,pessoas educadas no transito,nas ruas.
ResponderExcluirJá estou apaixonada pelo país mesmo sem conhecer, só de vc falar as coisas maravilhosas daí. Espero um dia ter a oportunidade de conhecer. bjs
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