11 novembro 2010

Education first, please.


Fico pensando nos fatores que fazem esse país funcionar.
As minhas três primas daqui  trabalham com educação. Elas me disseram que o governo americano paga U$350 POR ALUNO POR DIA na escola. Cabe a instituição administrar esta receita, pagar  as despesas e os professores. 
Um professor de ensino médio sem especialização recebe cerca de U$ 50.000 por ano. Uma das primas que e professora com mestrado em matemática recebia U$ 72.000 para trabalhar nove meses. Se ela quisesse trabalhar no summer school, ganhava mais por isso.
Para ser um professor da escola pública é preciso estudar dois anos a mais pra ter a certificação necessária e geralmente ganha-se mais nela do que na particular que não exige esta certificação.
Os meus três filhos estão estudando em escola pública, um no high school e duas no fundamental. Eles não sentiram em nada a diferença de vir de uma escola particular do Brasil. Perceberam sim que existem crianças bem mais pobres e bem mais ricas, umas que falam inglês e outras espanhol e mesmo assim todos se entendem.
A programação da escola é vasta, são vários projetos de geografia e ciências, desfiles, muito homework, integração com os pais na escola. Se mandamos um e-mail para um professor, não leva 24 horas para que ele responda com explicações detalhadas sobre a criança. Se eles acham a pergunta mais séria, ligam pra conversar ou chamam na escola. Eles tem aula de computação, ESL (para desenvolver o inglês), artes e esportes.
O esporte é valorizadíssimo,  eles não são só cobrados pela presença e participação mas também pelo desempenho. O meu filho tem que correr uma milha em 10 minutos. Se ele não conseguir tem que fazer na semana seguinte uma milha e meia em 15 minutos. Outro dia ele estava me chamando pra treinar no parque, eu nunca pensei que fosse ouvir essa. Fomos, lógico. 
Ele tem também aula de saúde e de discurso. Super útil. A disciplina aqui também é coisa séria. Todos os dias tem juramento a bandeira e todos cantam o hino com a maior reverência.  Se ele chegar atrasado três vezes ou deixar de usar o crachá de identificação tem que  prestar serviços para a escola como ajudar a recolher  lixo por uma hora. Não sei nem o que acontece se for coisa pior, mas eles contam com o total apoio da polícia, sempre vejo um carro por lá.
A minha mãe que foi diretora de escola pública no Brasil chega a suspirar. Competente como ela é, se contasse com esta autonomia, estes recursos e tal estrutura, realmente poderia ser bem mais eficiente como agente transformadora.
Isso tudo se reflete nas maneiras, as palavras mágicas aqui saem naturalmente em quase todas as frases, mesmo vindo de crianças muito pequenas. As pessoas seguram a porta pra você, te deixam passar, obedecem as regras de trânsito, respeitam seu espaço sempre mantendo uma distância. 
Às vezes isso até me parece formal demais, mas é a forma deles fazerem a coisa funcionar. E estamos aqui para aprender o que há de bom em tudo isso. No nosso calor humano e em outras tantas vantagens a gente não mexe.
Já percebo um avanço nas crianças, hoje a minha filha me agradeceu pelo jantar. Simples, mas antes não acontecia por mais que eu falasse. Pode ser que isso pegue por osmose. Eu também estou procurando ficar mais atenta, vai ver que o exemplo melhorou. Pode ser também que ela esteja valorizando mais o que recebe, já que tudo quem faz aqui é a gente mesmo.

Thanks to American education and their way of life for that.




2 comentários:

  1. Isso que o Brasil precisa,escolas que realmente funciona,pessoas educadas no transito,nas ruas.

    ResponderExcluir
  2. Já estou apaixonada pelo país mesmo sem conhecer, só de vc falar as coisas maravilhosas daí. Espero um dia ter a oportunidade de conhecer. bjs

    ResponderExcluir

A INCRÍVEL falível espera ansiosamente por um comentário seu: