19 julho 2015

Com eira e beira - FLIP 2015


Faz tempo que não via algo tão interessante como a Flip, a Feira Literária Internacional de Parati. São palestras e debates com gente muito boa, intercalados pelo turismo charmoso que a cidade oferece. Além da programação oficial, de onde é possível assistir, de forma confortável e gratuita, às entrevistas, já que eles disponibilizam telões e cadeiras  do lado de fora.  Além das opções nas ruas da cidade, como os stands da Folha, do Sesc, e a Casa de Cultura.
Pra não fugir do meu jeito, é lógico que marquei umas bobeiras por não ter pesquisado melhor, como reservar um hotel afastado da cidade e não me inscrever online nas palestras e workshops maravilhosos que aconteceram. Corri pra procurar por qualquer pousada no centro histórico, pois um dos baratos de Parati é esquecer o carro, e foi difícil, mas consegui. Também chegamos na hora de início das apresentações e as perdemos porque não pegamos as senhas. Afinal, estávamos com crianças e não dava pra conciliar tudo. Tudo bem, se acabei de decidir que esse evento entrou no meu calendário como favorito, outras Flips virão!
Pegamos uma desculpa com as crianças e subimos em uma charrete para um passeio, puxada por um velho cavalo com o interessante nome de Kinder Ovo. Tratava-se, segundo o guia, de um animal, cheio de surpresas. Não entendi também até ele empacar diante de uns cabos elétricos que cruzavam a rua, cobertos por uma proteção, que parecia um quebra-molas. Sabe-se lá o que o Kinder pensou ser aquilo,  já que Parati, com aqueles paralelepípedos enormes, não precisa de quebra-molas. O simpático guia fez o que pôde, mas o animal não quis conversa, deu a volta e foi por outra rua. Em uma dessas ruas, o guia nos mostrou os telhados com eiras e beiras nas casas, um acabamento que demonstrava o poder aquisitivo dos residentes. O que deu origem à expressão: "sem eira nem beira", sobre os não tão bons partidos para se casar. 
Assim passei meus quatro dias, passeando pra ouvir gente inteligente e pensar coisas novas. Observando, curtindo e percebendo Parati, com um final de palestra aqui, o meio de outra ali, um grupo cantando na esquina, uma peça de teatro mais adiante,  um almoço na praia, um vinho no friozinho à noite, e em ótima companhia, comendo uma tapioca em um dos cafés da cidade. Definitivamente, Parati nos faz sentir afortunados. Com eira, beira, e sobra.













Notaram o vestido? ;)



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