Aproveitei o primeiro domingo pós férias pra ficar em casa e dar uma olhada em várias pendências, entre elas, um livro que ganhei no natal, o Guia de estilo 40FOREVER, da Ana Cecília Lacerda, Bebel Niemeyer e Maria Montenegro. Acho que demorei tanto por causa do "guia de estilo" no título, afinal quem tem estilo mesmo, não precisa de guia. Ou talvez, quem sabe, lá no fundo, pela outra parte, a que trata-se de um livro para as mulheres de 40 que querem ter 40 pra sempre. Não, nem venham dizer o contrário; que seja fácil mudar de década. É gratificante, é importante, é emocionante, é tudoante, menos fácil. Eu acabei de virar. Quer dizer, já tem uns três meses, digo, quatro, mas a ficha, assim como o metabolismo, vai ficando cada vez mais lenta.
O livro começa dando umas dicas de cremes, de maquiagem que até mereceram umas sublinhadas. Até que chegou nas roupas, onde uma das autoras disse que minissaia nem pensar para as mulheres de 40. Eita! Eu já vinha sentindo, me desfazendo aos poucos das bichinhas, deixando passar batido nas araras e olhando com mais atenção para o comprimento de tudo o que vestia, mas ver ali no quesito 27 do manual das quarentonas, foi duro. Sim, sofrem muito mais as vaidosas que procuraram a vida inteira alternativas mirabolantes e sacrificantes de modalidades de malhação das pernocas.
Há quem diga com propriedade um bom dane-se e vista o que dá na telha. Tudo bem, afinal cada vez eu percebo mais que as pessoas reparam menos na gente. A questão é, até quando vai a liberdade de fazer o que se quer, usar minissaia, e onde entra a não aceitação de um novo tempo, um novo corpo, e uma nova postura?
O não enfrentamento do processo de envelhecimento me parece bem mais aterrorizante do que o julgamento e a ridicularização dos outros. Foram 40 anos de minissaia por aí, será que não está bom? Olhar mais para o corte e a elegância do que para a forma que roupa nos dá, mostrando aqui ou apertando ali, acho que é uma boa troca.
Assim como trocar a euforia pela perseverança, a instabilidade pelo equilíbrio, a busca pelo auto preenchimento, a superstição pela fé, a força pela estratégia, a paixão pelo amor, e a resistência pela aceitação, entre tantas outras.
Trocas, mudanças de fases, evolução. Largando aqui pra ganhar ali. Até ficar velhinha e ficar "invisível", o que também não é de tudo ruim, tenho uma sábia tia que diz ser uma total libertação! Dos olhares, das cobranças, poder enfim largar pelo caminho o peso, o tempo e o preço que nos custa a vaidade. Já pensou nisso?
Pois bem, acho que vou seguir a leitura das senhoras colegas. Mesmo ainda discordando do título. Da mesma forma que não dá pra usar minissaia, também não dá pra ter quarenta pra sempre. Que venha a próxima década, com suas perdas e ganhos. Aliás, pode vir, mas sem pressa, ok? ;)
Meu Deus, que presente maravilhoso!!! Como sempre, uma reflexao Incrivel, minha amiga querida! Adorei!!
ResponderExcluirPor mais que os amigos e familiares nos digam que estamos bem e, carinhosamente, nos elogiam dizendo que "parecemos ter 20 e poucos anos", no fundo a gente sabe que nao eh bem assim. Ah, que saudade das minhas minissaias! Foram minhas companheiras por muitos anos, principalmente uma jeans que guardo ate hoje (eh dificil desapegar daquela roupinha que fez parte de tantos momentos da minha vida, e que ainda continua na moda! rs). Mas quer saber? Acho que, se eu estivesse em Porto Seguro, usaria a minha minissaia numa boa. Acredito que o que vale nessa questao de moda versus idade eh o velho e querido bom senso. Mas deixa eu ir ali agora, que ta na hora de colocar um creminho "anti-age" para enfrentar o "verao Ingles"! rs ;-) Beijos e muito obrigada pelo post! Adoro vc!! Com carinho, Paulinha.