27 fevereiro 2015

Caruara


Um artista não pode ser mesmo um ser humano normal, como é que faz para sair ileso de um processo criativo? Pior, da propagação de um resultado criativo? Algo tão íntimo, particular, sendo colocado à venda. E pior é se não vender, ai!!

Por tanto tempo esperei pelo lançamento do livro e agora, o que eu queria mesmo, o que infinitamente mais me faria feliz nesse momento, seria nunca, jamais, sob nenhuma hipótese, ter inventado essa história. E o pior é que eu não inventei. A história é minha, real! Sem realeza nem nada demais, vivida com todas as células do meu ser e dos co-birutas que convivem comigo. É a minha vida em 180 páginas, disponível em formato digital e impresso, como se isso pudesse interessar a alguém!

Oh céus, já devia ter começado a tomar um remedinho pra distúrbio de personalidade. Uma mulher incrivelmente falível com surtos de autoestima. Pode ser esquisofrenia isso. Ou encosto.

“Escrever deve ser uma necessidade, como o mar precisa de tempestades - é a isso que eu chamo respirar." disse a Anais Nin. Começo a entender um pouquinho a Anais. Escrever é abrir as jaulas do julgamento para que os pensamentos possam voar!! Essa é minha, rs. A tempestade mal começou e eu quero voltar para as cobertas, pegar um saco enorme de balas e ser esquecida por 15 dias até passar tudo isso.

A minha dentista confirmou. Também a minha tia, e o dono da gráfica, esse disse que vai em todos os lançamentos dos livros que ele faz. Pelo menos isso, eu soube escolher a gráfica.

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