26 maio 2015
25 maio 2015
A viagem do adolescer
Estava em um bate papo animado com umas amigas, quando aparece o assunto de filhos adolescentes. Uma delas me contou que certa vez ouviu de um amigo:
- Socorro! Suspeito seriamente que apareceu uma nave espacial em minha casa.
- Como assim? - Ela falou.
- Só pode ter sido, Camila!! Entraram aqui de madrugada, levaram meu filho e deixaram outro no lugar. Eu quero meu filho de volta!!!
Na hora eu ri muito. Primeiro, pela forma espirituosa com que ela contou. E depois, pela rápida identificação.
Ele conseguiu descrever o que acredito que a maioria dos pais passaram, inclusive os nossos. De repente o(a) nosso(a) filhinho(a) tão carinhoso(a) que nos perguntava tudo, nos oferecia desenhos, beijos e abraços sem limites, e fazia tanta questão de sua presença, dá o lugar (sem a nossa permissão, lógico) à um ser à beira de um ataque de nervos, que bate portas para sempre ficar sozinho(a) no quarto, e quer fazer, se vestir, e escolher tudo conforme o oposto do que você orienta.
Essa é a lição de número 178 para a valorização dos nossos pais quando nos tornamos um.
Aí haja leitura! Gosto do Stephen Covey, apesar de ter bastante resistência aos métodos globalizados para "o sucesso pessoal", e desconfiar bastante de quem chama carinho e cuidado de "depósitos na conta bancária emocional", credo. Porém, encontro algumas coisas bem boas nas entrelinhas dos seus manuais. No livro Os 7 hábitos das famílias altamente eficazes, ele diz que a maneira com que nós, pais, desempenhamos o nosso papel de mentor (com exemplo, empatia, partilha, valorização e orações e sacrifício, ufa!!) especialmente perante o filho que mais nos desafia, exerce um profundo impacto no nível de confiança da família inteira. É esse filho que testa a nossa capacidade de amar incondicionalmente. Quando o mostramos amor incondicional, os outros filhos também concluem que nosso amor por eles é incondicional.
Amor incondicional, esse tipo tão profundo e raro que brota naturalmente e vive renascendo nos corações de pais e mães. É o que fornece a paciência, a vontade de fazer o melhor possível em cada situação, e a serenidade de esperar o tempo necessário para o adolescer. Camila disse que outro dia encontrou o mesmo amigo e ela perguntou pelo ET, quer dizer, pelo adolescente:
- Ah, já destrocaram e devolveram o meu filho, graças!!!!
Ela riu feliz com a notícia, e eu também. Com a tranquilidade de quem já foi ET. Se essa viagem dolorosa chamada adolescência precisa ser feita, que os nossos filhos saibam que existe uma base amorosa para onde voltar. E que não demorem!!!
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