A minha amiga Mel, que mora longe e não pôde vir, pediu
para eu descrever o lançamento do livro no blog. É bem possível que eu não alcance com palavras a intensidade
do que senti, mas vamos lá! O evento foi do tamanho da força do meu maior
trunfo, o que me faz sentir realmente Incrível: as pessoas à minha volta.
Só pode ser
por conta de uma conexão com o Divino. Quanto menos eu penso em quem “poderia ser o melhor”, e simplesmente deixo a cargo de quem está próximo, de
quem apareceu naturalmente, em quem mais eu conheço e confio, mais dá tudo
certo.
Como será que fica então, um livro revisado e prefaciado por
uma doutora em letras, que também é a minha tia, ilustrado por um
talentoso artista que é o meu melhor amigo, diagramado por uma equipe que gostou das estórias, e impresso com tanto cuidado por amigos de minha
mãe que me viram criança?
Isso, num evento produzido por uma amiga irmã, iluminado por
outra, fotografado pela mesma pessoa que fotografa a minha família há vinte anos. Onde
os seguranças são amigos, a equipe de manobristas idem, do cabeleireiro ao
músico, todos estavam afinados, vibrando! O caixa ficou por conta do meu grupo
de voluntariado, que vai dar um bom destino ao dinheiro arrecadado. A
divulgação, por amigos que se mobilizaram de toda parte do Brasil e também de
fora. O George, amigo da California e leitor das antigas, conseguiu de lá a
minha primeira entrevista na TV. Seus colegas jornalistas não me conheciam, eu
não tinha livro pra mandar ainda, mas ele os convenceu que valeria a pena.
Pelo menos pra mim valeu, e muito! Me senti muito mais à
vontade nas entrevistas de radio e TV do que no teatro, ou falando em público. Engraçado que um dos meus pesadelos recorrentes é o de estar no palco, abrirem-se as cortinas
e eu não saber o texto ou o que fazer. Imagina o terror. Mas ali, eu falava do
que eu mais sei, esse livro brotou de meus sentimentos e foi ruminado centenas
de vezes, eu poderia falar dele por horas!
Diga-me você, Mel, se imagina a emoção que senti ao chegar naquele espaço, com a junção de toda essa energia. Vou deixá-la imaginar também, o que foi sentar
naquela cadeira, pegar uma caneta e ver surgir uma fila na minha frente, de personagens
dos meus quarenta anos de história, com o livrinho amarelo tão sonhado nas mãos. Amigos de meus pais, amigos de infância, da
universidade, da época de casada, os que vieram depois que eu separei, do RH
onde trabalhei, uma grande parte da minha família e até uns estranhos, atraídos pelas entrevistas!
Mas, de todos, os que mais vibraram foram os leitores do blog.
Quem, como você, viu a idéia nascer, os que me conheceram ou se aproximaram
por aqui, que são os amigos que a Incrível Falível me deu!
O evento estava marcado para às 16:30, e quando eu cheguei às 16:00 já tinha gente me esperando. Passei cinco horas escrevendo, abraçando os queridos e tirando fotos, com só uma parada pra um pipi rápido. E terminei tão feliz e abastecida que ainda saí com uma turma pra ouvir música e celebrar! Foi nesse bar, que vi o relógio do celular marcar 00:02. Eu tinha feito 40 anos e esse livro foi o melhor presente que eu ousei ganhar. Será, escritora falível que sou, que consegui me expressar? Então esqueça tudo, dê uma olhada no tamanho desse sorriso, e diga você: sabe como foi?
Foto: Carlos Alcântara |